Dar más notícias é uma tarefa que merece atenção especial dos profissionais de saúde, especialmente quando o assunto é doação de órgãos. E foi esse o tema da capacitação oferecida a 24 profissionais que fazem parte do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná nesta segunda e terça-feira (6 e 7).
“Garantir conhecimento técnico para que nossos profissionais desenvolvam essa habilidade é um fator fundamental no processo de doação de órgãos”, diz a diretora do Sistema Estadual de Transplante, Arlene Badoch.
Segundo ela, não adianta apenas ter os melhores médicos transplantadores, uma boa logística, se o hospital não tiver equipes preparadas para apoiar, orientar e informar a família adequadamente. “Sem isso, todo o restante se perde”.
O curso foi ministrado pela enfermeira espanhola Carmen Sogovia Gomez, uma das fundadoras da Organização Nacional de Transplantes da Espanha. Carmen também é responsável por desenvolver e multiplicar uma metodologia específica para a comunicação em situações críticas a profissionais de saúde de todo o mundo. Na América Latina ela trouxe o curso para 10 países.
“O resultado é estupendo, mas não é homogêneo. Em cada país há uma reação distinta dos participantes”, disse. Como exemplo, ela cita o caso de Santa Catarina que tinha uma situação de cerca de sete recusas familiares para cada 10 abordagens e esse quadro se inverteu.
O método já é utilizado no Paraná desde 2011. “Buscamos inspiração no modelo espanhol, que é referência mundial. Apesar de já utilizarmos a metodologia, essa é a primeira vez que o Estado tem a honra de receber sua criadora para reforçar e esclarecer ainda mais a importância de humanizar a comunicação de notícias ruins às famílias”, explica Arlene.
O modelo contempla todas as etapas do atendimento feito às famílias dos pacientes críticos dentro dos hospitais, que deve incluir uma atenção especial, com acolhimento adequado, espaço para esclarecimento de dúvidas, apresentação de exames e atualização constante de informações sobre o paciente. De acordo com Arlene, é apenas após a criação desse vínculo que deve ser trabalhada a opção da doação de órgãos.
BRASIL – A metodologia foi trazida ao Brasil em 2008 pelo diretor do Sistema Estadual de Transplantes de Santa Catarina, Joel de Andrade. “No meu primeiro dia de intercâmbio na Espanha tive este curso. Naquele momento, já sabia que isso precisava ser trazido ao Brasil para que os profissionais desenvolvessem habilidades de comunicação para que o familiar possa ter clareza e confiança na decisão da doação de órgãos”, diz Andrade.
Segundo o diretor, atualmente quase metade das entrevistas sobre doação de órgãos no país são feitas com famílias que ainda não entenderam o diagnóstico do paciente. Isso explica porque a taxa de recusa familiar no Brasil supera a marca dos 60%.
“Não é só fazer campanha publicitária de convencimento da população, o que temos mesmo que fazer é educar nossos profissionais de saúde para que tenham a mínima capacidade para lidar com as famílias nessas situações. A intenção de doar não se concretiza se for frente a profissionais despreparados para acolher as famílias no momento certo”, ressalta Joel de Andrade.
PARANÁ – Entre 2011 e 2016, o Paraná saiu da 10ª colocação em doação de órgãos no Brasil para a 2ª. Para o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, esse resultado foi conquistado com a estruturação de todo processo que envolve a área de transplantes, como o uso da frota aérea para transporte de órgãos, mas sem ampliar o número de centros transplantadores, por exemplo.
“Essa evolução é fruto de um trabalho que valoriza principalmente a atuação das pessoas. Por isso encontros como esse para capacitar equipes e aproximar o profissional de saúde às famílias continua sendo um dos principais pilares da saúde pública paranaense”, disse Caputo Neto.
“Garantir conhecimento técnico para que nossos profissionais desenvolvam essa habilidade é um fator fundamental no processo de doação de órgãos”, diz a diretora do Sistema Estadual de Transplante, Arlene Badoch.
Segundo ela, não adianta apenas ter os melhores médicos transplantadores, uma boa logística, se o hospital não tiver equipes preparadas para apoiar, orientar e informar a família adequadamente. “Sem isso, todo o restante se perde”.
O curso foi ministrado pela enfermeira espanhola Carmen Sogovia Gomez, uma das fundadoras da Organização Nacional de Transplantes da Espanha. Carmen também é responsável por desenvolver e multiplicar uma metodologia específica para a comunicação em situações críticas a profissionais de saúde de todo o mundo. Na América Latina ela trouxe o curso para 10 países.
“O resultado é estupendo, mas não é homogêneo. Em cada país há uma reação distinta dos participantes”, disse. Como exemplo, ela cita o caso de Santa Catarina que tinha uma situação de cerca de sete recusas familiares para cada 10 abordagens e esse quadro se inverteu.
O método já é utilizado no Paraná desde 2011. “Buscamos inspiração no modelo espanhol, que é referência mundial. Apesar de já utilizarmos a metodologia, essa é a primeira vez que o Estado tem a honra de receber sua criadora para reforçar e esclarecer ainda mais a importância de humanizar a comunicação de notícias ruins às famílias”, explica Arlene.
O modelo contempla todas as etapas do atendimento feito às famílias dos pacientes críticos dentro dos hospitais, que deve incluir uma atenção especial, com acolhimento adequado, espaço para esclarecimento de dúvidas, apresentação de exames e atualização constante de informações sobre o paciente. De acordo com Arlene, é apenas após a criação desse vínculo que deve ser trabalhada a opção da doação de órgãos.
BRASIL – A metodologia foi trazida ao Brasil em 2008 pelo diretor do Sistema Estadual de Transplantes de Santa Catarina, Joel de Andrade. “No meu primeiro dia de intercâmbio na Espanha tive este curso. Naquele momento, já sabia que isso precisava ser trazido ao Brasil para que os profissionais desenvolvessem habilidades de comunicação para que o familiar possa ter clareza e confiança na decisão da doação de órgãos”, diz Andrade.
Segundo o diretor, atualmente quase metade das entrevistas sobre doação de órgãos no país são feitas com famílias que ainda não entenderam o diagnóstico do paciente. Isso explica porque a taxa de recusa familiar no Brasil supera a marca dos 60%.
“Não é só fazer campanha publicitária de convencimento da população, o que temos mesmo que fazer é educar nossos profissionais de saúde para que tenham a mínima capacidade para lidar com as famílias nessas situações. A intenção de doar não se concretiza se for frente a profissionais despreparados para acolher as famílias no momento certo”, ressalta Joel de Andrade.
PARANÁ – Entre 2011 e 2016, o Paraná saiu da 10ª colocação em doação de órgãos no Brasil para a 2ª. Para o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, esse resultado foi conquistado com a estruturação de todo processo que envolve a área de transplantes, como o uso da frota aérea para transporte de órgãos, mas sem ampliar o número de centros transplantadores, por exemplo.
“Essa evolução é fruto de um trabalho que valoriza principalmente a atuação das pessoas. Por isso encontros como esse para capacitar equipes e aproximar o profissional de saúde às famílias continua sendo um dos principais pilares da saúde pública paranaense”, disse Caputo Neto.