Empresa incubada na Intec dá
exemplo de descarte de produto

Hi Technologies firmou uma parceria para assegurar que um equipamento hospitalar produzido por ela tenha destinação correta ao término da vida útil
Publicação
08/07/2011 - 16:48

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A empresa Hi Technologies e o Instituto Brasileiro de EcoTecnologia (Biet) firmaram um termo de cooperação para assegurar que um produto hospitalar produzido pela empresa – um oxímetro lançado recentemente – tenha destinação correta ao término de sua vida útil. O documento foi assinado na quinta-feira (7), na sede da Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
“A iniciativa é muito importante porque a empresa vai comercializar o produto no exterior, e muitos países exigem o enquadramento nos padrões ambientais, com um projeto de destinação adequado”, afirmou o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix.
“Essa é a primeira parceria que nós firmamos com uma empresa que está colocando um produto no mercado já pensando em sua destinação. Normalmente somos procurados depois que o impacto já existe”, disse o diretor-superintendente do Biet, Maurício Beltrão. A Hi Technologies é uma incubada da Intec, que é vinculada ao Tecpar.
Despertar a consciência ambiental para os produtos hospitalares é uma das bandeiras da Hi Technologies, segundo o diretor-executivo da empresa, Marcus Mazega Figueiredo. Ele explica que o oxímetro Milli foi desenvolvido desde sua concepção pensando-se no impacto ambiental. “Nós procuramos não misturar materiais, nem utilizar cola, de forma que, ao término da vida útil do produto, que varia de cinco a dez anos, seja possível desmontá-lo sem dificuldades e separar seus componentes para aplicações diversas”, disse.
Figueiredo informou que outra preocupação foi aumentar a vida útil do equipamento. “O design foi projetado para evitar que o aparelho se quebre facilmente com impactos. Além disso, o software que ele usa pode ser atualizado, evitando-se que o produto fique obsoleto rapidamente e tenha que ser substituído”, completou Figueiredo. O Biet será responsável por receber o oxímetro e fazer o reaproveitamento dos componentes.
De acordo com os empresários, estudos apontam que no Brasil, do total de equipamentos comprados pelo poder público para fins hospitalares, um terço deles é inutilizado antes de completar seis meses de uso e precisa ser recomprado, aumentando gastos e impactos ambientais.
HI TECHNOLOGIES – Abrigada na Intec em 2005, inicialmente, para desenvolver softwares de telemedicina usados para gerenciar informações do paciente ao médico, a Hi Technologies, formada por três jovens empreendedores graduados em engenharia da computação, com mestrado em informática aplicada – Alfredo Beckert Neto e Sérgio Renato Rogal Júnior são os outros sócios, a empresa redirecionou sua área de atuação para o desenvolvimento de equipamentos médicos. “Nós percebemos que estávamos limitados porque dependíamos de outros produtos. Havia uma barreira aí, então decidimos fabricar nossos próprios equipamentos. Hoje, o nosso primeiro software, o Open Vida, um sistema para monitorar pacientes à distância, passou a ser um aplicativo do Milli”, explica Figueiredo.
OXÍMETRO – O oxímetro de pulso Milli é usado para medir a quantidade de oxigênio no sangue, que é um indicador do estado de saúde de pacientes, e transmite os sinais vitais em tempo real para a equipe de saúde. O Milli tem os mesmos recursos que os tablets e os smarth phones, permitindo, entre outras coisas, que o paciente converse por videochamada com o médico ou a família. “Sem dúvida, é o equipamento com tecnologia mais avançada no mercado e é versátil, pois atende a hospitais, ambulatórios, unidades móveis, clínicas médicas, veterinárias e dentistas, além de ser utilizado pelo paciente em casa”, completa Figueiredo. A comercialização do aparelho é feita pela internet.
BIET – O Instituto Brasileiro de EcoTecnologia (Biet – Brazilian Institute of EcoTechnology) é uma sociedade civil sem fins lucrativos que tem como finalidade defender o meio ambiente por meio da promoção de ações sócio-educacionais, de estudos ou pesquisas preferencialmente autossustentáveis e relacionadas com a reutilização, a reciclagem ou a destruição e disposição final, sem causar poluição ambiental, de resíduos da indústria mineral e de partes, peças, componentes ou resíduos de equipamentos de informática.

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