A Emater – vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento – auxilia pequenos produtores paranaenses na elaboração de projetos técnicos para financiamento para custeio das lavouras ou investimento em melhorias na propriedade. A expectativa do órgão é repetir o resultado do último ano agrícola – os profissionais do instituto viabilizaram 16,8 mil contratações que resultaram na liberação de R$ 469 milhões em crédito para as famílias atendidas.
O Instituto Emater, que atua nos 399 municípios do Estado, iniciou novamente este trabalho com os produtores, a partir da divulgação do novo Plano Safra para a Agricultura Familiar.
De acordo com o diretor-presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann, o Instituto trabalha projetos estratégicos nas diversas regiões do Estado, visando gerar renda para as famílias que vivem no campo e trazer dinamismo para as economias. Neste contexto, o crédito é uma ferramenta muito importante.
“Sem este recurso o agricultor não consegue acessar os meios de produção e novas tecnologias, fazer com que sua propriedade progrida e ele possa participar de todo o processo de modernização que ocorre hoje no campo. Por isso, no último ano já envolvemos cerca de 660 profissionais nesta ação, o que deve se repetir nesta nova safra”, destacou Niederheitmann.
Além de criar condições para que o agricultor tenha o aceso ao crédito, a Emater trabalha com a preocupação de que esse recurso traga benefícios concretos para a família atendida. “Se trata de uma política pública destinada a promover o desenvolvimento. O produtor precisa de um bom acompanhamento técnico para que o recurso seja bem aplicado e traga os resultados esperados”.
Os técnicos da Emater levam orientações através de visitas periódicas às propriedades ou, ainda, promovem eventos que reúnem produtores para debater a aplicação de uma determinada solução tecnológica.
NA PRÁTICA - Segundo Niederheitmann, existem vários exemplos de projetos estratégicos elaborados pelo Instituto que foram alavancados com o auxílio do crédito. Um deles é o projeto Grãos desenvolvido com pequenos produtores de milho e feijão em cerca de 40 municípios do Centro-Sul do Estado.
“Aqui, o crédito entra para permitir à família atendida o acesso a tecnologias, como sementes geneticamente melhoradas, corretivos de solo e equipamentos para a condução adequadas das plantações”, acrescente o diretor-presidente da Emater.
Para demonstrar os benefícios deste investimento, Niederheitmann comenta os resultados médios de produtividade obtidos pelo projeto na safra 2015-2016 em propriedades orientadas por técnicos do Instituto e que são consideradas referência.
“A média de produtividade da cultura do feijão foi de 2,1 mil quilos por hectare, contra a média estadual de 1,5 mil quilos. A cultura do milho atingiu a média de 8,3 mil quilos por hectare, enquanto que a média paranaense ficou em 5,5 mil quilos por hectare”, salientou. “A margem bruta, que é aquele valor que o produtor coloca no bolso depois de descontar todos os custos variáveis, foi de R$ 2,9 mil para cada hectare da cultura do milho e R$ 2,7 mil para o feijão", completa Niederheitmann.
RECURSOS - Para ter acesso às diversas linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf, o produtor rural precisa de uma declaração que ateste o seu enquadramento às regras do programa, conhecida DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf. Na última safra, os técnicos da Emater emitiram esse documento para cerca de 12 mil famílias de agricultores paranaenses.
A atuação da Emater com crédito rural acontece de forma articulada com agentes financeiros, em especial o Banco do Brasil, Cicred, Cresol e CrediAliança e, ainda, com organizações de representação dos agricultores, como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.