A doação de mudas nativas para reflorestamentos de áreas desmatadas aumentou 49% no ParanáDe setembro de 2016 a setembro de 2017. Os dados são do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que fez um levantamento da quantidade de mudas doadas no Estado para celebrar o Dia da Árvore, comemorado nesta quinta-feira (21).
No período, foram 1,18 milhão de mudas doadas, contra 794 mil entre setembro de 2015 e setembro de 2016. Os pedidos são feitos principalmente por pequenos produtores rurais que precisam fazer restauração ou recuperação da mata ciliar, reservas legais e adensamentos florestais.
O Paraná tem capacidade para produzir, nos 19 viveiros do IAP distribuídos por todo o Estado, 10 milhões de mudas de 80 espécies diferentes por ano. Hoje, dois milhões de mudas estão em estoque para serem doadas. Cada viveiro cultiva as espécies específicas do bioclima local. “Assim garantimos a variabilidade genética das espécies florestais nas diferentes regiões do Paraná”, explicou o engenheiro florestal e chefe de Produção de Espécies Nativas do IAP, João Carlos Diana.
O engenheiro explica que, para dar conta da produção, o IAP mantém dois laboratórios de sementes (São José dos Pinhais e Engenheiro Beltrão) que são responsáveis pela coleta, beneficiamento, armazenamento e distribuição das sementes utilizadas. “O processo começa pela seleção das melhores árvores matrizes e termina no armazenamento da semente em ambiente com umidade e temperatura controladas”, informou. Juntas, as duas unidades coletam mais de sete toneladas de sementes por ano.
REGRAS - Embora o público prioritário sejam os pequenos produtores rurais, as mudas são doadas para quem quiser contribuir com o reflorestamento de árvores nativas do Estado, desde que sejam plantadas em propriedades particulares. No entanto, os viveiros do IAP não doam mudas para arborização urbana.
Para os proprietários rurais, as mudas são destinadas de acordo com a necessidade detectada no Cadastro Ambiental Rural (CAR). A pessoa que recebe a planta precisa cadastrar no sistema o local onde a muda será plantada. Desta forma, os técnicos do IAP conseguem controlar o número de mudas plantadas e as áreas reflorestadas no Estado.
Para conseguir uma muda o solicitante deve entrar no site do IAP e clicar no ícone “Requerimento de Mudas Nativas” e preencher o cadastro.
Após enviar os dados, os requerimentos passam pela análise do IAP e aprovado o pedido, a pessoa recebe um e-mail informando o viveiro que irá atendê-la. Na hora da retirada das mudas é necessário apresentar duas guias do requerimento impresso.
A expectativa do engenheiro florestal é que o número de mudas doadas cresça em 2018. Isso porque o cadastramento das propriedades no CAR encerra no dia 31 de dezembro deste ano. “Assim que o cadastro for encerrado serão apontadas as áreas de restauração ou recuperação e consequentemente acontece um adensamento da procura pelas mudas adequadas”, disse.
REFERÊNCIA - O Paraná é referência nacional em políticas públicas para incentivar a recomposição de florestas. O Estado foi o primeiro do Brasil a produzir mudas de espécies florestais nativas para entregar gratuitamente a pessoas que desejam recompor o meio ambiente. O trabalho de produção de mudas é feito no Paraná desde a década de 1970, pelos extintos Fundação Instituto de Terras e Cartografia (ITC) e Instituto de Terras, Cartografia e Florestas (ITCF), anteriores à criação do IAP.
PROTEÇÃO – Além de incentivar o plantio de mudas, o Paraná tem ampliado as áreas de proteção ambiental. Em seis anos, as áreas de proteção foram aumentadas em 10,7 mil hectares. O Estado criou também 26 novas Unidades de Conservação, área que corresponde a quase nove campos de futebol. Da área ampliada, 4,65 mil hectares foram incluídos este ano como área de proteção ambiental da Mata Atlântica em Paranaguá, no Litoral. A medida criou o Parque Estadual do Palmito, que era classificado como floresta estadual e aumentou a área da Estação Ecológica Guaraguaçu .
Também, cinco faxinais foram reconhecidos como Unidades de Conservação. Os faxinais abrigam comunidades tradicionais do Paraná, onde a terra é coletiva e as famílias fazem troca de produção agrícola e exploração sustentável da floresta.