02/02/11
Senhor presidente,
Senhoras e senhores deputados.
É com grande satisfação que retorno ao plenário desta Casa, que tive a honra de frequentar no exercício de dois mandatos parlamentares, ao dar os primeiros passos de minha vida pública.
A experiência como deputado nesta Assembleia Legislativa deu-me privilegiada visão sobre a necessária independência entre os poderes constitucionais e sobre o sentido de cooperação que deve nortear cada um deles, na busca do bem comum.
À luz desta compreensão, que valoriza as prerrogativas do Legislativo, também tive um excelente relacionamento com a Câmara Municipal, no período em que desempenhei o mandato de prefeito de Curitiba.
Acredito que um parlamento consistente e ético pode e deve ser a base de um governo sólido e realizador.
É nesse sentido que a implantação das políticas públicas de nossa iniciativa buscará sempre ser antecedida de amplo debate com as senhoras e senhores deputados.
Da mesma forma, buscamos a cooperação com o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, e isso contribuirá para que jamais nos afastemos dos princípios constitucionais que regem a administração pública - legalidade, moralidade, publicidade, eficiência e impessoalidade.
E aproveito aqui para anunciar que já adotamos o brasão do Estado do Paraná como marca permanente para identificar bens públicos, programas de governo e publicações oficiais.
Nunca tive a necessidade de impor qualquer marca pessoal.
Acredito que essa decisão é mais uma demonstração de respeito com o povo do Paraná, a exemplo do que fiz como prefeito da capital.
No futuro, sem a necessidade de substituição de marcas pessoais, os governantes poderão economizar o dinheiro público, porque não terão que substituir sinais e logomarcas que governantes fazem questão de produzir, como se isso pudesse torná-los mais capazes ou mais adorados pelo povo.
Quero dizer ainda que não foi por acaso que recrutei alguns de meus secretários entre os competentes quadros do Tribunal de Contas e do Ministério Público - gentilmente cedidos ao Executivo para ocupar a Secretaria da Justiça, a Procuradoria Geral do Estado e as secretarias especiais de Controle Interno e de Corregedoria e Ouvidoria-Geral.
Essa mesma sintonia vai governar nossas relações com o Judiciário.
Pois não há democracia nem aperfeiçoamento das instituições republicanas sem o protagonismo da Justiça.
Durante a campanha, ao expor nosso plano de trabalho, sinalizamos com muita clareza quais as áreas que terão primazia em nosso governo - educação, saúde, segurança pública e proteção social.
Essa decisão foi amadurecida nos encontros que realizamos em todo o Estado, onde recolhemos as propostas para o nosso plano de governo.
E que experiência inesquecível foi participar de tantas reuniões em praça pública, caminhar pelas ruas das pequenas e grandes cidades, visitar as fábricas e ver estampada no rosto de cada homem e de cada mulher paranaense a esperança de um novo tempo, de um novo Paraná!
Eu e a minha equipe temos o compromisso sagrado de retribuir a generosa confiança das famílias paranaenses com muito empenho e dedicação.
Estamos conscientes de que nada se resolve num passe de mágica.
Mas com muito trabalho vamos consolidar um grande processo de mudanças sociais e econômicas.
E já na primeira semana de trabalho - porque não há tempo a perder, depois dos conhecidos problemas dos últimos anos - tomei as primeiras providências para reconstituir a capacidade de investimento do Estado.
Suspendemos os pagamentos pelo prazo de noventa dias e começamos a cortar em 15% os gastos correntes.
Não haveria como recompor o equilíbrio financeiro do Estado sem este prévio processo de saneamento.
Foram medidas ditadas pela lógica da prudência e da austeridade.
E impostas por dificuldades que nos foram legadas.
Mas tivemos o cuidado de salvaguardar os setores que constituem as nossas prioridades: educação, saúde, segurança e proteção social mantêm os níveis originalmente previstos em suas respectivas rubricas orçamentárias.
Prova disso é que, já no alvorecer da gestão, nosso secretário da Educação, o vice-governador Flávio Arns, encaminhou a contratação emergencial de professores.
Isso vai evitar que faltem mestres em sala de aula no início do ano letivo escolar, no próximo dia 8.
Falta de professores que, infelizmente, tem sido rotina nos anos mais recentes, apesar do esforço dos profissionais de educação para manter a qualidade das escolas estaduais.
O vice-governador Flávio Arns, ele mesmo também professor, abriu as portas da Secretaria da Educação a seus colegas e, em diálogo permanente, vamos definir as medidas adequadas para avançar na qualidade do ensino.
É preciso concentrar nossas energias na melhoria do ensino fundamental, na expansão de vagas do ensino médio e na maior oferta de oportunidades de qualificação profissional.
Mas estou ciente que nada disso será possível se não houver também o reconhecimento do trabalho dos professores, com foco absoluto no aprendizado do aluno.
Na segurança pública, já determinei ao secretário, ao comandante da Polícia Militar e ao delegado-geral da Polícia Civil a definição de um plano emergencial com metas a serem atingidas já neste ano, prevendo a redução dos índices de criminalidade no prazo mais curto possível.
Também estamos trabalhando na imediata readequação do Instituto Médico Legal, cujo funcionamento ainda causa grande angústia à população.
A Secretaria de Saúde, por sua vez, adotou medidas de natureza emergencial para o combate preventivo à dengue, priorizando as regiões mais atingidas pela doença.
Em meu governo, a saúde terá os investimentos necessários, como determina a Constituição Federal.
Mas a resolução dos crônicos problemas de saúde que afetam cidadãos paranaenses não se equaciona apenas com recursos orçamentários.
É essencial qualificar a gestão da saúde.
Fixar metas a serem atingidas e monitorar seu rigoroso cumprimento.
E isso nós vamos buscar com os Contratos de Gestão, uma inovação administrativa que adotamos pioneiramente na capital paranaense e que agora estamos implementando em todos os segmentos da administração estadual.
Exemplo acabado da incúria administrativa, que não mais permitiremos, está nos hospitais regionais recentemente construídos ou reformados.
Em alguns, faltam equipamentos; em outros, não se encontram profissionais habilitados; e em muitos deles, para frustração das pessoas que precisam de ajuda num momento crítico de suas vidas, escasseiam os dois, médicos e aparelhos.
Também atacamos de imediato a questão da infraestrutura de transporte e logística, gargalo que prejudica a nossa produtividade.
Já estamos tomando as medidas para recuperar as condições operacionais do Porto de Paranaguá.
Em breve, tão logo tenhamos a licença ambiental, lançaremos a licitação para a dragagem de manutenção dos canais.
O projeto de ampliação e modernização dos portos de Paranaguá e Antonina prevê investimentos de R$ 1 bilhão.
Investimentos que serão feitos com recursos próprios da Administração dos Portos e do governo federal, além da participação da iniciativa privada.
Sabemos que está em jogo, aqui, o resgate da credibilidade do Porto de Paranaguá.
Nisso nós iremos até às últimas consequências, e para tanto a administração portuária vai auditar todos os contratos que estão sob investigação da Polícia Federal.
Paralelamente, já iniciamos o diálogo com as concessionárias de rodovias do Anel de Integração para rever as tarifas do pedágio.
Outra equação prioritária está associada ao restabelecimento do planejamento de longo prazo nas ações do Estado.
Reorganizar a administração e profissionalizar a estrutura estatal, reconhecendo o papel fundamental do servidor público.
E assim restaurar a confiança no Estado como mediador das soluções tão esperadas pela sociedade.
Um Estado indutor do desenvolvimento sustentável, que tem na Copel e na Sanepar empresas públicas de sentido estratégico para as suas iniciativas.
E o resultado da nova postura administrativa começa a aparecer.
As duas empresas tiveram valorização do seu patrimônio nas últimas semanas.
A Copel, por exemplo, teve uma valorização de mais de 20% nas suas ações.
A empresa passou a valer R$ 2 bilhões a mais, o que demonstra claramente que a gestão profissional da Copel pode garantir muitos dividendos positivos ao Paraná e aos paranaenses.
O fortalecimento da nossa economia será conduzido pela Agência Paraná de Desenvolvimento, cuja criação vamos propor em projeto de lei que em breve remeteremos para apreciação desta Casa.
A Agência terá funções centrais na execução de nossa política industrial, na valorização da agricultura e na criação de mecanismos de inovação científica e tecnológica.
Para isso, terá como premissa básica a harmonia entre economia, inclusão social e preservação do ambiente.
A Copa do Mundo de 2014 está no horizonte de nossas considerações mais próximas em face dos importantes investimentos que o evento propiciará.
Mas devo adiantar que, sem prejuízo à Copa, devemos priorizar a concepção de um plano estadual de defesa civil contra catástrofes naturais.
Um plano a ser feito em parceria com as prefeituras e a cooperação do governo federal.
E cuja consecução se justifica plenamente em decorrência das drásticas mudanças climáticas por que passa o planeta.
O Brasil da nossa geração vive um momento particularmente especial de sua história.
São apenas 25 anos de regime democrático pleno. E, no entanto, já é o nosso período mais longevo de democracia estável.
Com imprensa livre, Judiciário independente e eleições de verdade.
O Produto Interno Bruto voltou a crescer e a geração de empregos atingiu índices quase sem precedentes.
Mas o Paraná, em muitos aspectos, ficou marcando passo.
Apesar do magnífico desempenho de nossa agricultura, cuja produtividade cresceu várias vezes nas últimas décadas, e em que pese o grande potencial do nosso parque industrial, o Paraná perdeu terreno, ficou pra trás.
O crescimento do PIB paranaense se manteve abaixo do PIB brasileiro na média dos últimos anos.
O Estado desperdiçou oportunidades de investimentos e relaxou na infraestrutura de transporte.
Faltou diálogo com a iniciativa privada e o capital produtivo foi tratado com arrogância.
Mas, para sermos justos nesta retrospectiva, é preciso reconhecer os méritos da política de isenção fiscal para pequenas e microempresas.
E admitir o acerto dos programas sociais.
Eu já disse, no período eleitoral, que a política fiscal será mantida e até mesmo ampliada.
Afinal, mais de 50% dos empregos no Estado são gerados pelas pequenas e microempresas.
Também me comprometi com a manutenção e o aperfeiçoamento dos programas sociais.
É o caso do Trator Solidário, que será retomado e intensificado, conforme já anunciamos no mês de janeiro.
Vamos aperfeiçoar a política de transferência de renda, com soluções que busquem emancipar as famílias menos favorecidas.
Não me acobertarei no manto da soberba para negar os avanços passados.
Deus me poupou do sentimento da presunção: sei que a história não começou no último dia 1º de janeiro.
Tenho perfeita consciência de que o Paraná de hoje é fruto do trabalho de muitas gerações de paranaenses, de estrangeiros e brasileiros de todos os rincões que aqui se radicaram.
Essa circunstância singular da formação paranaense foi muito bem fixada nas primeiras palavras de meu pai, José Richa, ao discursar em sua posse como governador do Estado no dia 15 de março de 1983.
Peço licença para reproduzi-las aqui, rapidamente:
Abre aspas: "O Estado que terei a honra de governar foi forjado no trabalho e na esperança.
"Homens e mulheres que aqui vieram semear o futuro de suas vidas teceram, com fios de todas as cores, a paisagem múltipla da unidade na diversidade.
"Essa é a nossa maior riqueza: apesar de sermos tantos na origem dos nossos caminhos, somos um só na trilha do nosso futuro. Somos um só Paraná, síntese de muitos brasis e terra de todas as terras.
"Somos um só Paraná na certeza de que estamos juntos e juntos haveremos de continuar, em busca de melhores dias para todos.
"Daqui, desta terra, colhemos os frutos; aqui, nesta terra, firmamos as nossas raízes.
"Mineiros, italianos, poloneses, nordestinos, árabes, paulistas, japoneses, alemães, catarinenses, israelitas, gaúchos, paranaenses, somos todos um só Paraná".
Fecha aspas.
A evocação dos pioneiros que desbravaram nossas fronteiras, nas palavras pronunciadas por meu pai 28 anos atrás, nos remete a um desafio inadiável:
Unir a gente paranaense, garantir a unidade do Estado em torno de seus mais legítimos interesses.
Serei infatigável na perseguição deste objetivo.
Não sei se é verdadeiro o mito sociológico da timidez paranaense, agravada por nossa alegada autofagia política.
Mas é hora de virar a página e escrever um novo capítulo dessa história.
É chegado o momento de fazer valer os nossos direitos no contexto da Federação.
Definitivamente, os investimentos federais no Estado precisam ser compatíveis com os impostos recolhidos por empresas e trabalhadores paranaenses.
Com humildade e equilíbrio, mas também com a altivez característica da nossa gente, vamos atingir esse propósito, que é feito de Justiça.
Sou imensamente grato ao povo paranaense pela confiança com que me honrou.
E tenho consciência da grande responsabilidade que pesa sobre meus ombros.
Vou perseverar obstinadamente na superação dos desafios e não me afastarei um milímetro das minhas convicções.
Com o ardor e a devoção dos que acreditam apaixonadamente na sua causa.
Com a referência nos bons exemplos do passado e a ousadia para inovar, vamos construir o presente que os paranaenses esperam de nós.
Com ética, transparência e austeridade.
A nossa determinação vem da indignação das ruas, vem da queixa daqueles que clamam por melhor atendimento na saúde, vem das famílias que cobram mais segurança.
A nossa determinação vem das pessoas de bem, que exigem um Novo Paraná.
Que Deus nos auxilie e nos proteja nesta missão.
E que esta Assembleia possa imprimir com muita intensidade, nas votações e nas suas decisões, a vontade de todos os paranaenses.
Tenho convicção de que assim será.
Muito obrigado a todos.
Senhor presidente,
Senhoras e senhores deputados.
É com grande satisfação que retorno ao plenário desta Casa, que tive a honra de frequentar no exercício de dois mandatos parlamentares, ao dar os primeiros passos de minha vida pública.
A experiência como deputado nesta Assembleia Legislativa deu-me privilegiada visão sobre a necessária independência entre os poderes constitucionais e sobre o sentido de cooperação que deve nortear cada um deles, na busca do bem comum.
À luz desta compreensão, que valoriza as prerrogativas do Legislativo, também tive um excelente relacionamento com a Câmara Municipal, no período em que desempenhei o mandato de prefeito de Curitiba.
Acredito que um parlamento consistente e ético pode e deve ser a base de um governo sólido e realizador.
É nesse sentido que a implantação das políticas públicas de nossa iniciativa buscará sempre ser antecedida de amplo debate com as senhoras e senhores deputados.
Da mesma forma, buscamos a cooperação com o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, e isso contribuirá para que jamais nos afastemos dos princípios constitucionais que regem a administração pública - legalidade, moralidade, publicidade, eficiência e impessoalidade.
E aproveito aqui para anunciar que já adotamos o brasão do Estado do Paraná como marca permanente para identificar bens públicos, programas de governo e publicações oficiais.
Nunca tive a necessidade de impor qualquer marca pessoal.
Acredito que essa decisão é mais uma demonstração de respeito com o povo do Paraná, a exemplo do que fiz como prefeito da capital.
No futuro, sem a necessidade de substituição de marcas pessoais, os governantes poderão economizar o dinheiro público, porque não terão que substituir sinais e logomarcas que governantes fazem questão de produzir, como se isso pudesse torná-los mais capazes ou mais adorados pelo povo.
Quero dizer ainda que não foi por acaso que recrutei alguns de meus secretários entre os competentes quadros do Tribunal de Contas e do Ministério Público - gentilmente cedidos ao Executivo para ocupar a Secretaria da Justiça, a Procuradoria Geral do Estado e as secretarias especiais de Controle Interno e de Corregedoria e Ouvidoria-Geral.
Essa mesma sintonia vai governar nossas relações com o Judiciário.
Pois não há democracia nem aperfeiçoamento das instituições republicanas sem o protagonismo da Justiça.
Durante a campanha, ao expor nosso plano de trabalho, sinalizamos com muita clareza quais as áreas que terão primazia em nosso governo - educação, saúde, segurança pública e proteção social.
Essa decisão foi amadurecida nos encontros que realizamos em todo o Estado, onde recolhemos as propostas para o nosso plano de governo.
E que experiência inesquecível foi participar de tantas reuniões em praça pública, caminhar pelas ruas das pequenas e grandes cidades, visitar as fábricas e ver estampada no rosto de cada homem e de cada mulher paranaense a esperança de um novo tempo, de um novo Paraná!
Eu e a minha equipe temos o compromisso sagrado de retribuir a generosa confiança das famílias paranaenses com muito empenho e dedicação.
Estamos conscientes de que nada se resolve num passe de mágica.
Mas com muito trabalho vamos consolidar um grande processo de mudanças sociais e econômicas.
E já na primeira semana de trabalho - porque não há tempo a perder, depois dos conhecidos problemas dos últimos anos - tomei as primeiras providências para reconstituir a capacidade de investimento do Estado.
Suspendemos os pagamentos pelo prazo de noventa dias e começamos a cortar em 15% os gastos correntes.
Não haveria como recompor o equilíbrio financeiro do Estado sem este prévio processo de saneamento.
Foram medidas ditadas pela lógica da prudência e da austeridade.
E impostas por dificuldades que nos foram legadas.
Mas tivemos o cuidado de salvaguardar os setores que constituem as nossas prioridades: educação, saúde, segurança e proteção social mantêm os níveis originalmente previstos em suas respectivas rubricas orçamentárias.
Prova disso é que, já no alvorecer da gestão, nosso secretário da Educação, o vice-governador Flávio Arns, encaminhou a contratação emergencial de professores.
Isso vai evitar que faltem mestres em sala de aula no início do ano letivo escolar, no próximo dia 8.
Falta de professores que, infelizmente, tem sido rotina nos anos mais recentes, apesar do esforço dos profissionais de educação para manter a qualidade das escolas estaduais.
O vice-governador Flávio Arns, ele mesmo também professor, abriu as portas da Secretaria da Educação a seus colegas e, em diálogo permanente, vamos definir as medidas adequadas para avançar na qualidade do ensino.
É preciso concentrar nossas energias na melhoria do ensino fundamental, na expansão de vagas do ensino médio e na maior oferta de oportunidades de qualificação profissional.
Mas estou ciente que nada disso será possível se não houver também o reconhecimento do trabalho dos professores, com foco absoluto no aprendizado do aluno.
Na segurança pública, já determinei ao secretário, ao comandante da Polícia Militar e ao delegado-geral da Polícia Civil a definição de um plano emergencial com metas a serem atingidas já neste ano, prevendo a redução dos índices de criminalidade no prazo mais curto possível.
Também estamos trabalhando na imediata readequação do Instituto Médico Legal, cujo funcionamento ainda causa grande angústia à população.
A Secretaria de Saúde, por sua vez, adotou medidas de natureza emergencial para o combate preventivo à dengue, priorizando as regiões mais atingidas pela doença.
Em meu governo, a saúde terá os investimentos necessários, como determina a Constituição Federal.
Mas a resolução dos crônicos problemas de saúde que afetam cidadãos paranaenses não se equaciona apenas com recursos orçamentários.
É essencial qualificar a gestão da saúde.
Fixar metas a serem atingidas e monitorar seu rigoroso cumprimento.
E isso nós vamos buscar com os Contratos de Gestão, uma inovação administrativa que adotamos pioneiramente na capital paranaense e que agora estamos implementando em todos os segmentos da administração estadual.
Exemplo acabado da incúria administrativa, que não mais permitiremos, está nos hospitais regionais recentemente construídos ou reformados.
Em alguns, faltam equipamentos; em outros, não se encontram profissionais habilitados; e em muitos deles, para frustração das pessoas que precisam de ajuda num momento crítico de suas vidas, escasseiam os dois, médicos e aparelhos.
Também atacamos de imediato a questão da infraestrutura de transporte e logística, gargalo que prejudica a nossa produtividade.
Já estamos tomando as medidas para recuperar as condições operacionais do Porto de Paranaguá.
Em breve, tão logo tenhamos a licença ambiental, lançaremos a licitação para a dragagem de manutenção dos canais.
O projeto de ampliação e modernização dos portos de Paranaguá e Antonina prevê investimentos de R$ 1 bilhão.
Investimentos que serão feitos com recursos próprios da Administração dos Portos e do governo federal, além da participação da iniciativa privada.
Sabemos que está em jogo, aqui, o resgate da credibilidade do Porto de Paranaguá.
Nisso nós iremos até às últimas consequências, e para tanto a administração portuária vai auditar todos os contratos que estão sob investigação da Polícia Federal.
Paralelamente, já iniciamos o diálogo com as concessionárias de rodovias do Anel de Integração para rever as tarifas do pedágio.
Outra equação prioritária está associada ao restabelecimento do planejamento de longo prazo nas ações do Estado.
Reorganizar a administração e profissionalizar a estrutura estatal, reconhecendo o papel fundamental do servidor público.
E assim restaurar a confiança no Estado como mediador das soluções tão esperadas pela sociedade.
Um Estado indutor do desenvolvimento sustentável, que tem na Copel e na Sanepar empresas públicas de sentido estratégico para as suas iniciativas.
E o resultado da nova postura administrativa começa a aparecer.
As duas empresas tiveram valorização do seu patrimônio nas últimas semanas.
A Copel, por exemplo, teve uma valorização de mais de 20% nas suas ações.
A empresa passou a valer R$ 2 bilhões a mais, o que demonstra claramente que a gestão profissional da Copel pode garantir muitos dividendos positivos ao Paraná e aos paranaenses.
O fortalecimento da nossa economia será conduzido pela Agência Paraná de Desenvolvimento, cuja criação vamos propor em projeto de lei que em breve remeteremos para apreciação desta Casa.
A Agência terá funções centrais na execução de nossa política industrial, na valorização da agricultura e na criação de mecanismos de inovação científica e tecnológica.
Para isso, terá como premissa básica a harmonia entre economia, inclusão social e preservação do ambiente.
A Copa do Mundo de 2014 está no horizonte de nossas considerações mais próximas em face dos importantes investimentos que o evento propiciará.
Mas devo adiantar que, sem prejuízo à Copa, devemos priorizar a concepção de um plano estadual de defesa civil contra catástrofes naturais.
Um plano a ser feito em parceria com as prefeituras e a cooperação do governo federal.
E cuja consecução se justifica plenamente em decorrência das drásticas mudanças climáticas por que passa o planeta.
O Brasil da nossa geração vive um momento particularmente especial de sua história.
São apenas 25 anos de regime democrático pleno. E, no entanto, já é o nosso período mais longevo de democracia estável.
Com imprensa livre, Judiciário independente e eleições de verdade.
O Produto Interno Bruto voltou a crescer e a geração de empregos atingiu índices quase sem precedentes.
Mas o Paraná, em muitos aspectos, ficou marcando passo.
Apesar do magnífico desempenho de nossa agricultura, cuja produtividade cresceu várias vezes nas últimas décadas, e em que pese o grande potencial do nosso parque industrial, o Paraná perdeu terreno, ficou pra trás.
O crescimento do PIB paranaense se manteve abaixo do PIB brasileiro na média dos últimos anos.
O Estado desperdiçou oportunidades de investimentos e relaxou na infraestrutura de transporte.
Faltou diálogo com a iniciativa privada e o capital produtivo foi tratado com arrogância.
Mas, para sermos justos nesta retrospectiva, é preciso reconhecer os méritos da política de isenção fiscal para pequenas e microempresas.
E admitir o acerto dos programas sociais.
Eu já disse, no período eleitoral, que a política fiscal será mantida e até mesmo ampliada.
Afinal, mais de 50% dos empregos no Estado são gerados pelas pequenas e microempresas.
Também me comprometi com a manutenção e o aperfeiçoamento dos programas sociais.
É o caso do Trator Solidário, que será retomado e intensificado, conforme já anunciamos no mês de janeiro.
Vamos aperfeiçoar a política de transferência de renda, com soluções que busquem emancipar as famílias menos favorecidas.
Não me acobertarei no manto da soberba para negar os avanços passados.
Deus me poupou do sentimento da presunção: sei que a história não começou no último dia 1º de janeiro.
Tenho perfeita consciência de que o Paraná de hoje é fruto do trabalho de muitas gerações de paranaenses, de estrangeiros e brasileiros de todos os rincões que aqui se radicaram.
Essa circunstância singular da formação paranaense foi muito bem fixada nas primeiras palavras de meu pai, José Richa, ao discursar em sua posse como governador do Estado no dia 15 de março de 1983.
Peço licença para reproduzi-las aqui, rapidamente:
Abre aspas: "O Estado que terei a honra de governar foi forjado no trabalho e na esperança.
"Homens e mulheres que aqui vieram semear o futuro de suas vidas teceram, com fios de todas as cores, a paisagem múltipla da unidade na diversidade.
"Essa é a nossa maior riqueza: apesar de sermos tantos na origem dos nossos caminhos, somos um só na trilha do nosso futuro. Somos um só Paraná, síntese de muitos brasis e terra de todas as terras.
"Somos um só Paraná na certeza de que estamos juntos e juntos haveremos de continuar, em busca de melhores dias para todos.
"Daqui, desta terra, colhemos os frutos; aqui, nesta terra, firmamos as nossas raízes.
"Mineiros, italianos, poloneses, nordestinos, árabes, paulistas, japoneses, alemães, catarinenses, israelitas, gaúchos, paranaenses, somos todos um só Paraná".
Fecha aspas.
A evocação dos pioneiros que desbravaram nossas fronteiras, nas palavras pronunciadas por meu pai 28 anos atrás, nos remete a um desafio inadiável:
Unir a gente paranaense, garantir a unidade do Estado em torno de seus mais legítimos interesses.
Serei infatigável na perseguição deste objetivo.
Não sei se é verdadeiro o mito sociológico da timidez paranaense, agravada por nossa alegada autofagia política.
Mas é hora de virar a página e escrever um novo capítulo dessa história.
É chegado o momento de fazer valer os nossos direitos no contexto da Federação.
Definitivamente, os investimentos federais no Estado precisam ser compatíveis com os impostos recolhidos por empresas e trabalhadores paranaenses.
Com humildade e equilíbrio, mas também com a altivez característica da nossa gente, vamos atingir esse propósito, que é feito de Justiça.
Sou imensamente grato ao povo paranaense pela confiança com que me honrou.
E tenho consciência da grande responsabilidade que pesa sobre meus ombros.
Vou perseverar obstinadamente na superação dos desafios e não me afastarei um milímetro das minhas convicções.
Com o ardor e a devoção dos que acreditam apaixonadamente na sua causa.
Com a referência nos bons exemplos do passado e a ousadia para inovar, vamos construir o presente que os paranaenses esperam de nós.
Com ética, transparência e austeridade.
A nossa determinação vem da indignação das ruas, vem da queixa daqueles que clamam por melhor atendimento na saúde, vem das famílias que cobram mais segurança.
A nossa determinação vem das pessoas de bem, que exigem um Novo Paraná.
Que Deus nos auxilie e nos proteja nesta missão.
E que esta Assembleia possa imprimir com muita intensidade, nas votações e nas suas decisões, a vontade de todos os paranaenses.
Tenho convicção de que assim será.
Muito obrigado a todos.