Dia Nacional da Consciência
Negra mobiliza escolas estaduais

Atividades de conscientização e igualdade são trabalhadas durante o ano letivo pelas equipes multidisciplinares das escolas estaduais em todo Paraná.
Publicação
20/11/2017 - 15:20
Editoria

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Direitos humanos, preconceito, reconhecimentos histórico e cultural e apresentações artísticas marcaram as atividades do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no Paraná nesta segunda-feira (20). Para marcar a data, as escolas da rede estadual de ensino desenvolvem, ao longo deste mês, diversas atividades interdisciplinares com o tema da igualdade etnicorracial.

A coordenadora da Educação das Relações da Diversidade Etnicorracial da Secretaria de Estado da Educação, Edna Aparecida Coqueiro, lembrou que as atividades de conscientização e igualdade etnicorracial são trabalhadas durante todo o ano letivo pelas equipes multidisciplinares das escolas. “A data é um marco para lembrar a luta pelo reconhecimento da participação do povo negro na construção da sociedade brasileira uma vez que a conscientização é trabalhada durante todo o ano de maneira interdisciplinar inseridas no cotidiano escolar”, disse.

Edna lembrou ainda a importância das atividades desenvolvidas pelo Departamento da Diversidade (Dedi), por meio da Coordenação da Educação das Relações da Diversidade Etnicorracial (Cerde), e equipes multidisciplinares das escolas e núcleos de educação. “Esse trabalho fortalece ações nas escolas de combate ao preconceito em todas suas vertentes que refletem em toda a comunidade”, disse.

No Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) de Curitiba, no bairro Boqueirão, os alunos do 1° ano dos cursos técnicos em Edificações e Química e do 4° ano do curso de Meio Ambiente promovem nessa semana a exposição fotográfica “Consciência negra... É entender a sua história... Humanos... Sendo Escravizados”. A composição do trabalho durou um mês e reúne fotografias que abordam a questão do racismo contra pessoas negras inseridas no cotidiano.

“Com essa temática nós podemos conscientizar muitas pessoas, não só os estudantes, ou quem passa pela escola, mas a comunidade como um todo, porque sabemos que ainda existem casos de discriminação contra o povo negro inserido no nosso cotidiano”, disse o estudante Wesley Matheus Brnardes da Silva, 19 anos, do 4° ano do curso de meio ambiente.

Além das fotografias, os alunos também traçaram um pequeno perfil de personagens negros que marcaram a história da humanidade como Martin Luther King, Malcon X, Maria Filipa de Oliveira e Carolina Maria de Jesus. “São personagens históricos que marcaram suas épocas lutando por igualdade”, disse o aluno Lucas Satto Shiromaro, 17 anos, também do 4° ano do curso de meio ambiente.

DIREITOS HUMANOS – No Colégio Estadual Euzébio da Mota, também no bairro Boqueirão, os estudantes do 1° e 2° ano do ensino médio fizeram uma pintura retratando uma mulher negra e uma mulher indígena. A obra, feita no pátio da escola, tem como objetivo mostrar a riqueza etnicorracial no Brasil, inserir a imagem da mulher negra no cotidiano escolar e promover a reflexão sobre a misoginia.

“Com essa obra queremos abordar vários assuntos como o assédio, a falta de oportunidade e o preconceito enfrentado pela mulher negra em nossa sociedade. Historicamente a mulher negra não teve um destaque merecido, por isso a importância de ter essa imagem para lembrar e reforçar a importância da mulher negra”, contou a estudante Isabella Kiel, 14 anos, do 2° ano do ensino médio.

Os estudantes também fizeram uma série de pinturas no pátio com frases que reforçam direitos fundamentais de igualdade e combate à discriminação. “São frases curtas feitas no pátio, que no intervalo fica cheio, para causar impacto e reflexão nas pessoas que passam por aqui”, disse o aluno André Ian Garcia, do 2° ano do ensino médio.

No Oeste do Estado, os alunos do Colégio Estadual de Jardim Santa Felicidade, em Cascavel, fizeram ao longo do dia apresentações culturais de peças teatrais, dança, poesia, contação de histórias e música. As atividades tiveram como objetivo contribuir para a reflexão e formação cultural dos alunos, além de resgatar e fortalecer aspectos da cultura africana e afro-brasileira.

ONU - As atividades desenvolvidas nas escolas estaduais fazem parte da programação da Década Internacional de Afrodescendentes (2015 – 2024), que acontece em todo planeta e tem como objetivo promover o respeito, justiça, proteção e a garantia dos direitos humanos aos povos afrodescendentes previstos na Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

“É fundamental intensificar o debate e a efetivação de políticas públicas e ações afirmativas para a superação do racismo que excluem ou anulam os direitos da população negra. Precisamos romper com essa prática, seja na mentalidade e no posicionamento pessoal, como também, nas estruturas organizacionais da sociedade”, destacou Edna.

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