Copel aciona linha que conecta
sistema de Itaipu ao da Região Sul

Antes, energia produzida pela usina ia ao Sudeste para depois voltar aos estados do Sul
Publicação
06/12/2011 - 11:58
Editoria

Confira o áudio desta notícia

A Copel colocou em operação a nova linha de transmissão em 525 mil volts que conecta o sistema de transmissão da Usina de Itaipu diretamente ao sistema elétrico da região Sul, evitando que a cota da produção da binacional tenha de ir primeiro até o Sudeste. O empreendimento, com quase 116 quilômetros de extensão, recebeu investimentos próximos de R$ 100 milhões.
A linha liga as subestações Foz do Iguaçu – pertencente à empresa Furnas Centrais Elétricas – e Cascavel Oeste, pertencente à Copel. “Essa obra é de grande importância para o suprimento elétrico dos três estados do Sul. Ela também cria alternativa para o transporte da energia de Itaipu no caso de emergências que possam restringir a operação do sistema de transmissão e, ao mesmo tempo, ajuda a escoar a geração excedente da usina nos períodos em que a hidrologia for favorável”, explica Lindolfo Zimmer, presidente da Copel.
A concessão para a construção e operação do empreendimento, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, foi conquistada pela Copel em leilão público realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 8 de maio de 2009. Pela implantação e operação da nova linha, a Copel terá receita anual de R$ 8,45 milhões pelo prazo de 30 anos.
ESTRUTURA – A nova linha – em funcionamento desde domingo – opera em circuito simples, tem 115,7 quilômetros de extensão e é sustentada por 303 estruturas metálicas. Seu traçado percorre áreas dos municípios paranaenses de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha do Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Matelândia, Céu Azul, Santa Tereza do Oeste e Cascavel.
Para este empreendimento, a Copel desenvolveu soluções inovadoras em torres de sustentação estaiadas e autoportantes, projetadas para suportar ventos de até 180 quilômetros por hora. A altura das estruturas varia entre 19,5 e 54 metros e o vão médio entre elas é de 425 metros.
Essa nova série de torres tem como características principais a segurança e a economia, reduzindo significativamente o volume de aço empregado na estrutura. Isso reforça o poder de competição da Copel nos leilões de novas linhas de transmissão, sem prejuízos à confiabilidade operacional ou à robustez dos elementos aplicados.
ENGENHARIA – Para o trecho que entra no terreno da subestação de Furnas, que é uma das maiores do mundo, estava prevista inicialmente a construção de um barramento de 500 mil volts, necessário para transpor as quatro linhas de transmissão existentes que interligam a Usina de Itaipu àquela unidade. Com a finalidade de manter o padrão da linha e evitar o alto custo para construção do barramento, foi projetado em seu lugar um trecho de cruzamento utilizando torres e cabos.
A Copel inseriu uma torre adicional numa das linhas de 500 mil volts de Itaipu, além de fazer um projeto especial de aterramento da sua linha, por não ser possível a instalação de para-raios neste trecho das travessias. Os estudos feitos pela Copel utilizaram a tecnologia de softwares de simulação de projetos em 3D. A solução para tais desafios técnicos valeu à Copel significativa economia no custo final da obra.
O empreendimento foi concluído em 24 meses, conforme o prazo contratual, envolvendo em todas as suas etapas mais de 600 profissionais, entre pessoal próprio da Copel e contratado.
AMBIENTE – Considerando os grandes desníveis topográficos naquela região, o projeto da nova linha de transmissão deu prioridade ao cuidado ambiental em todas as fases, procedimento adotado em todas as obras da companhia. “Em todas as etapas do empreendimento, adotamos medidas para resguardar e proteger a natureza”, informa Jorge Andriguetto Jr, diretor de engenharia da Copel. Como exemplos, ele aponta o uso de torres de sustentação mais altas, o pré-tensionamento dos cabos condutores, o corte seletivo de vegetação e a minimização das faixas de passagem. “Essas ações tiveram o propósito de reduzir, tanto quanto possível, a interferência dos trabalhos nas áreas com cobertura florestal”.
Durante a construção da linha, a Copel também executou os programas ambientais previstos, como o de resgate arqueológico, de fiscalização e sensibilização ambiental e de comunicação social.

GALERIA DE IMAGENS