Consumo no Paraná crescerá 9%, prevê empresa especialista em mercado

Em 2017, os gastos com bens e serviços deverão somar R$ 268,8 bilhões, sendo 65% em cidades do Interior, segundo o estudo IPC Maps
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18/05/2017 - 11:00
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O consumo de bens e serviços no Paraná deverá somar R$ 268,8 bilhões em 2017, o que significa um aumento de 9% sobre o valor de 2016. Desse total, 65% serão gastos em cidades do Interior do Estado. Os dados são do estudo IPC Maps, realizado pela IPC Marketing Editora, empresa paulista especializada em informações de mercado. O cálculo toma como base dados coletados junto ao IBGE e indicadores dos Estados.
O aumento previsto para 2017 se dá após dois anos de retração. A estimativa para este ano já leva em consideração o atual cenário de retração econômica do País. Mesmo assim, a previsão é que o consumo no Paraná cresça mais que a média brasileira. O IPC Maps aponta que os brasileiros deverão consumir R$ 4,2 trilhões nesse ano - 7,7% mais do que em 2016. Se descontada a estimativa de uma inflação de 4,36% medida pelo IPCA, o crescimento real será de 0,42%. No Paraná, esse avanço, nessa proporção, será de 0,90%.
“O Paraná tem uma base agrícola e industrial forte, o que faz com que o impacto da crise seja um pouco menor aqui. De maneira geral, isso ocorre em toda a região Sul. Apesar da retração da economia, do aumento do desemprego e do fechamento de empresas, os Estados da região têm sentido um pouco menos os seus efeitos”, diz Marcos Pazzini, coordenador do estudo.
PANORAMA NACIONAL - Dos R$ 4,2 trilhões em potencial de consumo no Brasil, a região Sudeste deve responder pela maior fatia (48,78%), seguida pelo Nordeste (18,84%), Sul (17,94%), Centro Oeste (8,51%) e Norte (5,93%).
O Paraná tem o quinto maior potencial de consumo do País, atrás de São Paulo (R$ 1,15 trilhão), Minas Gerais (429,1 bilhões), Rio de Janeiro (386,2 bilhões) e Rio Grande do Sul (285,6 bilhões).
CIDADES - Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa ocupam as primeiras cinco posições no ranking de consumo no Estado. Em relação ao ano passado, no entanto, ocorreram algumas mudanças. Cascavel, por exemplo, superou Ponta Grossa e assumiu a quarta posição. Toledo passou de 11ª para 9ª posição e Apucarana, da 14ª para 11ª colocação.
O Paraná tem três cidades na lista dos 50 municípios com maior potencial de consumo do País: Curitiba, na 6ª posição, Londrina (36ª ) e Maringá (41ª ). O grupo de 50 municípios vai responder, em 2017, por 40,25% do consumo dos brasileiros, com R$ 1,69 trilhão.
INTERIOR - O aumento do consumo no Interior do Paraná ganhou força nos últimos anos, embalado pelo atual ciclo de investimentos atraídos pelo programa de incentivos Paraná Competitivo e pela força do agronegócio. Em 2010, os municípios fora da Região Metropolitana de Curitiba tinham uma participação de 58,7% do consumo total no Estado. Em 2015, essa participação chegou a 64%, no ano seguinte avançou um pouco mais, para 65%, taxa mantida em 2017.
BOX 1
Crescimento marca virada no comportamento do brasileiro
O cálculo do IPC Maps, com base em dados do IBGE e indicadores dos estados, inclui uma série de categorias de gastos, como com alimentação dentro e fora do domicílio, manutenção do lar, medicamentos e planos de saúde, educação, recreação, transporte e viagens e outras despesas, como aquisições, despesas com alugueis e imóveis. Considera, ainda, as compras de vestuário, calçados, itens de higiene e cuidados pessoais, artigos de limpeza, eletrodoméstico.
De acordo com Pazzini, o crescimento real do consumo previsto para este ano marca uma virada no comportamento dos brasileiros, depois de dois anos de retração do potencial de compra. “É um sinal de que deixamos o fundo do poço. A valores constantes, recuamos ao patamar de 2011, será necessário muito trabalho para crescer nos próximos anos, mas é uma boa notícia”, diz.
BOX 2
Manutenção do lar tem maior parcela nos gastos
Dos gastos das famílias paranaenses previstos para 2017, as maiores parcelas são destinadas à manutenção do lar (alugueis, condomínio, energia, telefonia e televisão por assinatura), com 25,4% do total. Em segundo lugar vêm despesas como aquisição de imóveis, reformas, empréstimos, empregados domésticos, cabeleireiros e lavanderias, com 20,5%.
Alimentação no domicílio fica em terceiro lugar, com 10,9%, e material de construção em quarto, com 7,5%. Na sequência vêm gastos com veículo próprio, com 5,6%; alimentação fora do domicílio (4,1%), gastos com medicamentos (3,6%) e vestuário (3,2%).
Do total de consumo paranaense em 2017, a classe A responderá por 12,5% do total, a classe B (45,6%), a C (34,5%) e as classes D/E (7,4%).

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