Comitê definirá ações
para conservação de
reservatório na RMC

Secretaria da Agricultura vai coordenar o comitê gestor que tratará do ordenamento e manejo das microbacias do entorno do reservatório de água Piraquara II, integrante do sistema de abastecimento da grande Curitiba
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09/08/2011 - 17:50
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A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento vai coordenar o comitê gestor que tratará do ordenamento e manejo de ações das microbacias do entorno do reservatório de água Piraquara II, no município de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O grupo – que também tem representantes da Emater, Sanepar, Prefeitura de Piraquara e da comunidade do município – vai propor e implementar medidas voltadas para a qualidade da água, preservação do meio ambiente e manejo adequado dos solos da região.
A barragem Piraquara II possui um reservatório de 21 milhões de metros cúbicos de água e é uma das quatro barragens que compõem o sistema de regularização e reforço para o abastecimento de água da capital. O reservatório garante também o abastecimento para mais de 650 mil habitantes em outros seis municípios da região.
A estruturação do comitê foi definida em reunião coordenada do secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Segundo ele, é possível, em curto espaço de tempo, transformar o reservatório de água de Piraquara II em modelo e exemplo para outras ações de preservação do meio ambiente relacionadas a fontes e captação de água para o abastecimento das cidades e suas populações.
“Temos que atuar de forma coletiva. Assim como a água é um bem comum, devemos ter ações conjuntas para ajudar a conservar da melhor maneira possível esse potencial existente na região de Piraquara”, afirmou Ortigara. Para o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha, é urgente a necessidade de uma intervenção consistente para preservar a qualidade da água, especialmente porque ela se destina ao consumo humano. “Este é o caso das águas represadas pela barragem de Piraquara II”, disse.
Entre os problemas constatados em Piraquara II estão o manejo impróprio de solos e águas, estradas inadequadas e ausência de vegetação recomendada em cursos d'água, que acabam se constituindo em fatores determinantes para que o reservatório contenha águas de enxurradas, prejudicando a qualidade da água e provocando o assoreamento da barragem. O ideal seria que as águas fossem infiltradas naturalmente pelo solo, avaliam os técnicos do setor.
AÇÕES – Entre as primeiras ações previstas pelo conselho gestor de Piraquara II estão a identificação de coordenadas e reposição de marcos topográficos para evidenciar, no terreno, os limites entre a área patrimonial da Sanepar e a dos proprietários na região.
Outra medida diz respeito à adequação das estradas do entorno do reservatório. Isso ajudaria a evitar que as estradas escoem, em dias de enxurradas, todo tipo de material indesejável para o reservatório. A devida conservação dessas estradas também facilitaria o trânsito dos moradores da região. Foi discutida também a necessidade de conter o assoreamento e contaminação do reservatório em áreas mais críticas, seja pela falta de vegetação adequada, de controle da erosão e agressão humana.
Além disso, segundo Norberto Ortigara, é preciso dar comunicação e divulgação a todas as atividades que serão desenvolvidas na Barragem Piraquara II. “É importante que todos os integrantes deste processo sejam parceiros nas ações desenvolvidas. O grau de competência e consciência já mostrado pelos produtores rurais deve ser aproveitado de forma a assegurar água em boa quantidade e de boa qualidade ao longo do tempo. A população será a principal beneficiada com essas intervenções”, afirmou.
HISTÓRICO INOVADOR – O engenheiro agrônomo Joaquim Severino, ex-diretor-geral da Secretaria da Agricultura do Estado, foi eleito representante da comunidade de Piraquara no conselho. “O Paraná tem um importante histórico e serviu como referência nacional em vários momentos nas questões ambientais e de preservação dos solos”, disse. Ele cita como exemplo o projeto piloto na bacia do Rio do Campo, desenvolvido em 1976, em Campo Mourão, na região Noroeste do Estado, e utilizado como referência para o Programa Nacional de Conservação de Solos.

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