Comitê de Saúde Mental
apresenta suas propostas

Grupo formado por representantes de quatro secretarias de Estado participou de uma webconferência nesta quinta-feira
Publicação
01/09/2011 - 19:00
Editoria

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Os coordenadores do Comitê Gestor Intersecretarial de Saúde Mental promoveram nesta quinta-feira (1) uma apresentação de suas principais motivações e desafios. Criado em julho deste ano, o grupo é coordenado pela Secretaria da Saúde, com a participação de representantes da Vice-Governadoria e das secretarias da Educação, Família e Desenvolvimento Social e Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. O comitê tem o objetivo de avaliar e implementar medidas que vão desde a disseminação de informações a respeito de doenças mentais até o reforço na estrutura de atendimento aos pacientes.
Durante o evento, transmitido para todo o Brasil, via webconferência, também foram apresentados os integrantes do grupo – que se reúnem mensalmente sob a coordenação da psicóloga da Secretaria da Saúde Larissa S. Yamaguchi. Foi exibida, ainda, uma mensagem gravada pelo governador em exercício, Flavio Arns, que assinou o decreto instituindo o comitê. “Este governo priorizou a área de saúde mental. Queremos que todas as ações sejam articuladas com a participação das entidades que já realizam um belo trabalho nesta área. Tem muita gente precisando de apoio”, disse Arns.
O superintendente de Políticas de Atenção Primária em Saúde da Secretaria da Saúde, Antonio Dercy Silveira Filho, enfatizou que o desafio do comitê é combater as vulnerabilidades sociais. “Não existe receita pronta ou solução fácil. Enfrentamos com seriedade este tema. Todos os setores são importantes na constituição das redes de atenção, a partir dos serviços de atenção primária à saúde”, disse.
A psicóloga e técnica da Proteção Social Especial da Secretaria da Família, Maria Consuelo de A. Ferreira, destacou que o comitê vem trabalhando desde o final de março, quando foi apresentada a proposta de integração das áreas e elaboração de um plano diretor envolvendo as quatro secretarias. “Organizamos uma agenda de trabalho. É um desafio trabalhar com promoção à saúde mental. Dentre os fatores de vulnerabilidade está o não acesso às políticas públicas. Vamos promover capacitações intersetoriais, com a finalidade de trocar conhecimentos voltados à saúde mental”, explicou.
Deborah Carvalho, coordenadora da divisão de Saúde Mental da Secretaria da Saúde, destacou os diversos programas intersetoriais que existem para atender a população em situação de vulnerabilidade. Para ela, o ideal é que a mesma família seja atendida por todas as áreas, para que se propicie autonomia e qualidade de vida. “Queremos pensar diferente e mudar o foco, que hoje é apenas do doente mental”, ressaltou.
O técnico da equipe de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas da Secretaria da Educação, Luiz Aparecido Balan, enfatizou que a saúde do trabalhador é outro foco intersetorial que deve será inserido na proposta de atuação do comitê. “Há um grande número de profissionais da Educação afastados por problemas de saúde mental”, disse.
DADOS – A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, até 2030, a depressão será a segunda maior causa de doença em países de renda média e a terceira maior em países de baixa renda. Os transtornos mentais e de conduta estão presentes em algum momento da vida de 10% da população adulta em nível mundial – sendo que cinco a cada dez das principais causas de incapacidade estão relacionados com transtornos mentais, entre eles depressão, consumo de álcool e drogas, esquizofrenia e transtornos compulsivos.
Segundo pesquisas divulgadas pela OMS, os fatores de risco para que uma pessoa desenvolva transtornos mentais estão relacionados com o uso de álcool ou drogas, falta de acesso à educação, separação ou divórcio, circunstâncias sociais deficientes, pobreza, injustiça racial e discriminação, violência e delinquência, estresse no trabalho e desemprego. Já os fatores de proteção estão relacionados com interações interpessoais positivas, participação social, apoio da família, participação em serviços sociais e apoio em redes comunitárias.

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