Com incentivos do Estado, fábrica de
café supera crise e mantém empregos

Companhia Café Iguaçu investiu R$ 50 milhões para aumentar a produção e a competitividade. O investimento foi enquadrado no Paraná Competitivo, programa criado em 2011 para atrair novas empresas ao Paraná
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21/11/2013 - 13:50
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A Companhia de Café Iguaçu, uma das maiores empregadoras do Norte Pioneiro, recebeu apoio do governo estadual para retomar os investimentos em sua planta em Cornélio Procópio e superar as dificuldades financeiras do setor agravadas pela alta do dólar e pelo aumento do custo com matéria-prima. No fim de 2010, a indústria investiu R$ 50 milhões para aumentar sua produção anual de café solúvel de 18 mil toneladas para 19,5 mil toneladas. Os equipamentos foram renovados para garantir eficiência energética e uma torre de secagem foi construída para otimizar a produção de 800 para 1000 quilos por hora.
O investimento foi enquadrado no Paraná Competitivo, programa criado em 2011 para atrair novas empresas ao Paraná. A indústria teve postergado o prazo para recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a energia elétrica. Como contrapartida, investiu em qualificação profissional e manteve os empregos gerados no município. Com o apoio do governo estadual, a empresa já começa a colher os bons resultados.
No último ano, a Café Iguaçu reverteu a queda e registrou um crescimento de 6% na rentabilidade. O diretor industrial da unidade de Cornélio Procópio, José Italo Fontanini, explicou que variações do mercado interno brasileiro e do mercado internacional afetaram a Café Iguaçu com perda de competitividade. “O preço da matéria-prima e a alta do dólar fizeram o preço do nosso café disparar. Com isso, não tínhamos condições de disputar mercado com nossos competidores”, avaliou. Ele destacou a importância do apoio do Estado para superar esse quadro e disse que a empresa teve que fazer ajustes econômicos e retomar os investimentos.
FÔLEGO - “Com a ajuda do governo conseguimos reinvestir os recursos economizados na melhoria da própria empresa, reduzindo os custos e otimizando a produção. Esse suporte do governo estadual foi sem dúvida um fator importante para recuperarmos nossa competitividade no setor”, disse. A empresa tem aproximadamente 1,2 mil empregados e processa mais de 3 mil sacas de café por dia. Atualmente, 78% dos produtos da Café Iguaçu são exportados para a Europa.
A empresa está hoje entre as 100 maiores exportadoras do Brasil, com participação de 12,2% do total das exportações de café solúvel. Segunda maior indústria de café solúvel instalada no país, a Café Iguaçu é uma empresa paranaense criada em 1967 por três cafeicultores de Cornélio Procópio. Hoje, é uma sociedade anônima controlada pela japonesa Marubeni.
A diretoria da empresa estima que chegam diariamente à fábrica cerca de seis carretas carregadas de café vindo de fazendas de todas as regiões do Brasil. “Com a superação desse período, mantemos os empregos e hoje estamos operando em plena capacidade. Agora, estamos com vagas abertas” disse José Italo Fontanini.
O Paraná Competitivo já assegurou R$ 25 bilhões em novos investimentos e a geração de 150 mil novos empregos para o Paraná. O programa foi criado pelo governador Beto Richa em 2011 como estratégia de atração de investimentos para reinserir o Estado na agenda dos investidores nacionais e internacionais. “Além de atrair novos investimentos privados, o governo estadual também incentiva as empresas que já estão instaladas no Paraná”, afirma Richa.
OPORTUNIDADES - Os investimentos realizados pela empresa ajudaram a manter o emprego de jovens como Douglas Manoel da Luz, 21 anos, operador de produção da Café Iguaçu. Ele é morador de Cornélio Procópio e já trabalha na empresa há quatro anos. “Quando entrei aqui, já vi que esse era o emprego que eu queria e a oportunidade profissional que eu precisava. E o mais importante, sem precisar sair de perto da minha família”, disse.
Com o novo momento da indústria, Douglas já começa a enxergar novos horizontes profissionais. Ele cursa Tecnologia em Manutenção Industrial e já é candidato para assumir uma vaga de mecânico na fábrica. “Hoje eu vejo um futuro próspero para mim. Como eu trabalho em regime de turno, a flexibilidade que a empresa deu me ajudou bastante para conquistar meus objetivos através do estudo”, afirmou.
Para manter o crescimento e a competitividade, a Café Iguaçu investiu também na valorização dos seus empregados. Implantou recentemente um programa chamado Banco de Ideias e flexibilizou o horário dos turnos para que seus funcionários possam frequentar a universidade e fazer cursos profissionalizantes. “Criamos uma política institucional de ouvir as propostas e melhorar a interação com os chão de fábrica, responsáveis diretos sobre a qualidade dos nossos produtos. Queremos eles motivados e valorizados”, disse o coordenador de produção, engenheiro Eduardo Moralis.
O auxiliar de produção Rafael Saraiva, 19 anos, também morador de Cornélio Procópio, começou a trabalhar na Café Iguaçu há apenas quatro meses. Ele está contente com a nova oportunidade de emprego e feliz por conseguir trabalhar perto da família. “Minha perspectiva é agora me profissionalizar e crescer dentro dessa empresa, que oferece boas oportunidades e formas de melhorar. Faz pouco tempo que terminei o ensino médio e já tenho em mente começar uma faculdade de Engenharia”, disse. Rafael trabalha no setor de embalagem e antes de entrar na empresa era mecânico de automóvel. “É muito bom saber que minha terra tem oportunidades”, afirmou.

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