As cerâmicas do Oeste e Sudoeste do Paraná passam por um processo de modernização. São, na maioria, empresas familiares que, com o apoio de instituições como a Mineropar, o Sebrae e o Senai, fizeram modificações no processo de fabricação e no uso e processamento da matéria-prima, a argila, para melhorar a produção e a qualidade do produto. As empresas estão investindo também em novos maquinários e aumentando seus barracões para acompanhar o mercado e se tornarem mais competitivas.
“A modernização é obrigatória. Em cinco anos, quem não se modernizar ficará fora do mercado. A mão de obra ficou muito cara e os equipamentos estão cada vez mais acessíveis”, afirma o empresário Élcio José Egewarth, sócio-proprietário da Cerâmica Stein, há 31 anos no mercado de tijolos em Entre Rios do Oeste, no Oeste do Estado.
A Mineropar tem desempenhado um papel fundamental nesse processo. Por meio do programa Pró-Cerâmica, a empresa coloca a serviço das empresas do segmento a sua experiência em pesquisa geológica e de processos cerâmicos. O objetivo é fazer com que as cerâmicas lavrem a argila de maneira correta, cumprindo todos os requisitos legais, e aproveitem ao máximo a matéria-prima, evitando desperdícios.
“Os técnicos da Mineropar dão palestras, recolhem amostras e fazem ensaios para melhorar a qualidade dos produtos e de todo o processo de fabricação cerâmica”, diz o responsável pelo Pró-Cerâmica, o geólogo Luciano Cordeiro de Loyola. Segundo Loyola, a Mineropar está atualmente envolvida com centenas de empresas cerâmicas no Paraná, onde atuam aproximadamente 700 empresas do segmento.
A empresa trabalha em parceria com o Senai e o Sebrae, todos envolvidos no projeto “Desenvolvimento do Setor de Cerâmicas Vermelhas nas 28 Cidades da Bacia do Paraná 3”, do qual participam 22 empresas.
RESULTADOS – Os resultados têm sido bastante positivos. A Cerâmica Stein, de Entre Rios do Oeste, passou por modificações nos últimos quatro anos. Egewart investiu na pré-preparação da argila (sazonamento), aproveitou o maquinário que tinha e fez alterações no galpão. A empresa melhorou também a qualidade do produto e o rendimento da extrusora que molda o tijolo, a secagem e a queima do produto. O resultado é um tijolo mais resistente e redução nos custos.
“O custo de fabricação do tijolo caiu 10%. O rendimento da extrusora melhorou 40%. A produtividade em geral também melhorou”, afirma Egewart. Este crescimento da empresa ocorreu, segundo o empresário, graças aos treinamentos dados pela Mineropar, Sebrae e Senai.
Segundo o empresário Mário Antonio Pasquali, proprietário da Cerâmica São Cristovão, há 40 anos no mercado de telhas em Medianeira, no Oeste do Paraná, a ação da Mineropar e do Sebrae está ajudando no processo de modernização. “A Mineropar participou com a análise da matéria-prima e a incorporação de matérias inertes na massa argilosa e o Sebrae, com cursos e consultoria”, diz Pasquali.
Ele investiu mais de R$ 1,2 milhão nos últimos três anos, na pré-preparação da massa, melhoria da homogeneidade do produto final, incorporação de pó de pedra na massa cerâmica, o que ajuda na secagem, eliminando as trincas e dando mais resistência às telhas. Pasquali ampliou a área de secagem, melhorou a padronização de cor da telha e investiu também em um forno-túnel para queimar o produto, em um caixão alimentador e equipamentos de ventilação.
Ele afirma que a modernização é uma exigência do mercado para qualquer empresa. “É preciso se adequar às leis ambientais. Não tem mais volta. Ou se investe ou a empresa some do mercado”, disse Pasquali.
Na opinião do sócio-proprietário da Cerâmica Martelli, Leoberto Martelli, o caminho das cerâmicas é a modernização para diminuir os custos da produção e substituir a mão de obra por equipamentos. A empresa está há 17 anos no mercado, em Medianeira, na região Oeste, e fabrica tijolos e lajotas de vários tipos e tamanhos. Martelli também defende mudanças na legislação que proíbe a extração de argila em áreas úmidas, para não inviabilizar investimentos.
Nos últimos anos, o empresário investiu R$ 800 mil – recursos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, para pagar num prazo de cinco a dez anos – em equipamentos e processos. Comprou uma secadora, implantou a queima com o pó de serra, passou a adicionar pó de pedra na argila, reformou a empresa e este ano entrou na era da automação, instalando um extrusora. Com o apoio da Mineropar, fez mapeamento de áreas e ensaios para o aproveitamento de resíduos da matéria-prima.
Martelli diz que os investimentos melhoraram a qualidade dos produtos e proporcionaram redução do custo com mão de obra.
GANHOS – Para o sócio-diretor da Indústria Cerâmica Pasquali, Edgar Luiz Pasquali, todos os investimentos realizados na empresa proporcionaram ganhos de produção e produtividade. A indústria, que até 1996 estava instalada no município de Pérola do Oeste, hoje fabrica tijolos em Capanema, na região Sudoeste do Paraná. A mudança foi incentivada por um levantamento geológico feito pela Mineropar em Capanema a pedido da prefeitura, para a localização de possíveis áreas de argila.
De acordo com Edgar Pasquali, a estruturação e modernização da indústria foram feitas com dificuldade, mas com objetivos definidos, buscando novas tecnologias, incorporadas após a participação em palestras, cursos e inúmeras visitas a empresas de outras regiões do País. A Cerâmica Pasquali investiu R$ 2 milhões nos últimos cinco anos visando a modernização da empresa, que melhorou a qualidade dos tijolos e se tornou mais competitiva e lucrativa. O investimento mais significativo, segundo Edgar Pasquali, foi a instalação de um forno túnel para a queima de materiais, que substituiu antigos fornos obsoletos.
A exemplo de outros empresários, Pasquali contou com o apoio da Mineropar e do Sebrae no processo de modernização da cerâmica – que, segundo ele, deu ao grupo uma visão estratégica e de organização.
Atualmente, diz ela, uma das preocupações do segmento é com a escassez das áreas de argila da região. “A maioria está averbada como reserva legal e pela legislação atual não poderá mais ser explorada”.
O proprietário da Cerâmica Zaminham, Leodacir Zaminham, é mais otimista. “A região não é muito rica em matéria-prima, mas o melhor reaproveitamento dos produtos e subprodutos aumentará o tempo de existência das jazidas”, acredita.
A Cerâmica Zaminham está há 40 anos no mercado e produz telhas em Serranópolis do Iguaçu, na região Sudoeste. O empresário investiu aproximadamente R$ 100 mil na modernização da empresa. A modificação maior, realizada há dois anos, foi na área de produção, com a compra de equipamentos e mudanças no processo.
Como resultado, Zaminhan contabiliza a melhoria de qualidade das telhas, a diminuição das quebras e a elevação do percentual de telhas de qualidade superior, hoje em cerca de 30%. Para Zaminham, o trabalho da Mineropar foi fundamental para aumentar a qualidade da massa da argila e do produto.
“A modernização é obrigatória. Em cinco anos, quem não se modernizar ficará fora do mercado. A mão de obra ficou muito cara e os equipamentos estão cada vez mais acessíveis”, afirma o empresário Élcio José Egewarth, sócio-proprietário da Cerâmica Stein, há 31 anos no mercado de tijolos em Entre Rios do Oeste, no Oeste do Estado.
A Mineropar tem desempenhado um papel fundamental nesse processo. Por meio do programa Pró-Cerâmica, a empresa coloca a serviço das empresas do segmento a sua experiência em pesquisa geológica e de processos cerâmicos. O objetivo é fazer com que as cerâmicas lavrem a argila de maneira correta, cumprindo todos os requisitos legais, e aproveitem ao máximo a matéria-prima, evitando desperdícios.
“Os técnicos da Mineropar dão palestras, recolhem amostras e fazem ensaios para melhorar a qualidade dos produtos e de todo o processo de fabricação cerâmica”, diz o responsável pelo Pró-Cerâmica, o geólogo Luciano Cordeiro de Loyola. Segundo Loyola, a Mineropar está atualmente envolvida com centenas de empresas cerâmicas no Paraná, onde atuam aproximadamente 700 empresas do segmento.
A empresa trabalha em parceria com o Senai e o Sebrae, todos envolvidos no projeto “Desenvolvimento do Setor de Cerâmicas Vermelhas nas 28 Cidades da Bacia do Paraná 3”, do qual participam 22 empresas.
RESULTADOS – Os resultados têm sido bastante positivos. A Cerâmica Stein, de Entre Rios do Oeste, passou por modificações nos últimos quatro anos. Egewart investiu na pré-preparação da argila (sazonamento), aproveitou o maquinário que tinha e fez alterações no galpão. A empresa melhorou também a qualidade do produto e o rendimento da extrusora que molda o tijolo, a secagem e a queima do produto. O resultado é um tijolo mais resistente e redução nos custos.
“O custo de fabricação do tijolo caiu 10%. O rendimento da extrusora melhorou 40%. A produtividade em geral também melhorou”, afirma Egewart. Este crescimento da empresa ocorreu, segundo o empresário, graças aos treinamentos dados pela Mineropar, Sebrae e Senai.
Segundo o empresário Mário Antonio Pasquali, proprietário da Cerâmica São Cristovão, há 40 anos no mercado de telhas em Medianeira, no Oeste do Paraná, a ação da Mineropar e do Sebrae está ajudando no processo de modernização. “A Mineropar participou com a análise da matéria-prima e a incorporação de matérias inertes na massa argilosa e o Sebrae, com cursos e consultoria”, diz Pasquali.
Ele investiu mais de R$ 1,2 milhão nos últimos três anos, na pré-preparação da massa, melhoria da homogeneidade do produto final, incorporação de pó de pedra na massa cerâmica, o que ajuda na secagem, eliminando as trincas e dando mais resistência às telhas. Pasquali ampliou a área de secagem, melhorou a padronização de cor da telha e investiu também em um forno-túnel para queimar o produto, em um caixão alimentador e equipamentos de ventilação.
Ele afirma que a modernização é uma exigência do mercado para qualquer empresa. “É preciso se adequar às leis ambientais. Não tem mais volta. Ou se investe ou a empresa some do mercado”, disse Pasquali.
Na opinião do sócio-proprietário da Cerâmica Martelli, Leoberto Martelli, o caminho das cerâmicas é a modernização para diminuir os custos da produção e substituir a mão de obra por equipamentos. A empresa está há 17 anos no mercado, em Medianeira, na região Oeste, e fabrica tijolos e lajotas de vários tipos e tamanhos. Martelli também defende mudanças na legislação que proíbe a extração de argila em áreas úmidas, para não inviabilizar investimentos.
Nos últimos anos, o empresário investiu R$ 800 mil – recursos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, para pagar num prazo de cinco a dez anos – em equipamentos e processos. Comprou uma secadora, implantou a queima com o pó de serra, passou a adicionar pó de pedra na argila, reformou a empresa e este ano entrou na era da automação, instalando um extrusora. Com o apoio da Mineropar, fez mapeamento de áreas e ensaios para o aproveitamento de resíduos da matéria-prima.
Martelli diz que os investimentos melhoraram a qualidade dos produtos e proporcionaram redução do custo com mão de obra.
GANHOS – Para o sócio-diretor da Indústria Cerâmica Pasquali, Edgar Luiz Pasquali, todos os investimentos realizados na empresa proporcionaram ganhos de produção e produtividade. A indústria, que até 1996 estava instalada no município de Pérola do Oeste, hoje fabrica tijolos em Capanema, na região Sudoeste do Paraná. A mudança foi incentivada por um levantamento geológico feito pela Mineropar em Capanema a pedido da prefeitura, para a localização de possíveis áreas de argila.
De acordo com Edgar Pasquali, a estruturação e modernização da indústria foram feitas com dificuldade, mas com objetivos definidos, buscando novas tecnologias, incorporadas após a participação em palestras, cursos e inúmeras visitas a empresas de outras regiões do País. A Cerâmica Pasquali investiu R$ 2 milhões nos últimos cinco anos visando a modernização da empresa, que melhorou a qualidade dos tijolos e se tornou mais competitiva e lucrativa. O investimento mais significativo, segundo Edgar Pasquali, foi a instalação de um forno túnel para a queima de materiais, que substituiu antigos fornos obsoletos.
A exemplo de outros empresários, Pasquali contou com o apoio da Mineropar e do Sebrae no processo de modernização da cerâmica – que, segundo ele, deu ao grupo uma visão estratégica e de organização.
Atualmente, diz ela, uma das preocupações do segmento é com a escassez das áreas de argila da região. “A maioria está averbada como reserva legal e pela legislação atual não poderá mais ser explorada”.
O proprietário da Cerâmica Zaminham, Leodacir Zaminham, é mais otimista. “A região não é muito rica em matéria-prima, mas o melhor reaproveitamento dos produtos e subprodutos aumentará o tempo de existência das jazidas”, acredita.
A Cerâmica Zaminham está há 40 anos no mercado e produz telhas em Serranópolis do Iguaçu, na região Sudoeste. O empresário investiu aproximadamente R$ 100 mil na modernização da empresa. A modificação maior, realizada há dois anos, foi na área de produção, com a compra de equipamentos e mudanças no processo.
Como resultado, Zaminhan contabiliza a melhoria de qualidade das telhas, a diminuição das quebras e a elevação do percentual de telhas de qualidade superior, hoje em cerca de 30%. Para Zaminham, o trabalho da Mineropar foi fundamental para aumentar a qualidade da massa da argila e do produto.