O exemplo de superação do Colégio Estadual Milton Carneiro, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, foi utilizado pelo vice-governador e secretário de Estado da Educação, Flávio Arns, em sua primeira reunião de trabalho com 27 chefes de núcleos regionais de educação. O grupo esteve nesta sexta-feira (21), durante o dia discutindo propostas, além de ouvir depoimentos de alunos e comunidade. O trabalho ocorreu dentro da escola, que está em plena reforma para receber cerca de mil alunos neste ano letivo, marcado para iniciar em 8 de fevereiro em 2,2 mil escolas da rede estadual.
A ideia é mostrar aos educadores que, mesmo com dificuldades, é possível oferecer educação de qualidade nas escolas estaduais da rede pública. “Nós da Secretaria da Educação temos de sair do gabinete e fincar os dois pés nas escolas, para de fato sabermos de suas dificuldades e estabelecermos políticas públicas para transformar a escola do Paraná na melhor do país”, afirma.
Há pouco mais de seis meses, o Colégio Estadual Milton Carneiro estava prestes a ser interditado. A escola estava esquecida pela comunidade e os pais não queriam matricular seus filhos nela. Nem mesmo crianças e adolescentes sentiam vontade de estudar neste local. Ex-diretores também haviam desistido da escola. Apesar do cenário desanimador, que incluía problemas de infraestrutura, falta de segurança, indisciplina e entorno marcado pelo narcotráfico, a escola conseguiu reduzir sua taxa de reprovação de 50% para 9,6%.
COMUNIDADE – Um dos segredos do sucesso do Colégio Milton Carneiro é o envolvimento da comunidade nas questões escolares. O diretor Lúcio Ferracin lembra que quando assumiu a direção da escola apareciam pouco mais de cinco pais nas reuniões. “Agora recebemos cerca de 500 pais quando convocamos reunião. E foi fundamental ouvi-los para identificar alguns problemas da escola”, diz.
O metalúrgico Cecílio Maçaneiro Júnior, 38 anos, conta que entrou em choque quando voltou à escola em que estudou. Há três anos, quando matriculou a sua filha Nicole Jennifer Pereira Maçaneiro, 13 anos, decidiu lutar pela recuperação da escola. “O laboratório de ciências, que era completo, estava destruído. Fiquei decepcionado”, diz.
O pai conta que decidiu lutar pela recuperação da escola. “Nunca deixei de acreditar que era possível melhorar. Às vezes me sentia sozinho. Agora sei que um sonho está sendo realizado”, comenta. Já sua filha Jennifer, que está na 7ª série, diz que só não deixou a escola porque aqui tinha feito bons amigos e que também acreditava na recuperação da escola. “Quando comentava para outras pessoas que estudava aqui era discriminada”, relata.
RECUPERAÇÃO - Estudo nas férias para recuperar o atraso escolar. Essa é a rotina de cerca de 90 alunos que possuem de dois a quatro anos de distorção idade-série no Colégio Estadual Milton Carneiro. Estes estudantes participam de um plano de personalizado de atendimento, uma maneira diferenciada adotada pela direção da escola para pôr em prática o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, que dispõe sobre o direito do aluno em receber oportunidades de readequação idade-série. No início do ano letivo, estes estudantes irão passar por orientações escolares e avaliações.
A possibilidade de saltar da 6ª para a 8ª série entusiasmou o jovem Douglas da Luz de Oliveira, de 15 anos. O menino cursa informática durante o dia e estuda cerca de três horas por dia. “Não é ruim estudar nas férias. Antes não tinha nada para fazer e se eu for bem na prova pelo menos consigo ficar na série certa. É muito ruim reprovar e ter de estudar tudo de novo”, diz.
O diretor Lúcio Sérgio Ferracin ressalta que é papel da escola dar oportunidades para o estudante progredir. “A readequação melhora a autoestima e favorece a inclusão do jovem na escola. Se ele fica muito tempo defasado ficam desmotivados e deixam de produzir”, comenta.
A ideia é mostrar aos educadores que, mesmo com dificuldades, é possível oferecer educação de qualidade nas escolas estaduais da rede pública. “Nós da Secretaria da Educação temos de sair do gabinete e fincar os dois pés nas escolas, para de fato sabermos de suas dificuldades e estabelecermos políticas públicas para transformar a escola do Paraná na melhor do país”, afirma.
Há pouco mais de seis meses, o Colégio Estadual Milton Carneiro estava prestes a ser interditado. A escola estava esquecida pela comunidade e os pais não queriam matricular seus filhos nela. Nem mesmo crianças e adolescentes sentiam vontade de estudar neste local. Ex-diretores também haviam desistido da escola. Apesar do cenário desanimador, que incluía problemas de infraestrutura, falta de segurança, indisciplina e entorno marcado pelo narcotráfico, a escola conseguiu reduzir sua taxa de reprovação de 50% para 9,6%.
COMUNIDADE – Um dos segredos do sucesso do Colégio Milton Carneiro é o envolvimento da comunidade nas questões escolares. O diretor Lúcio Ferracin lembra que quando assumiu a direção da escola apareciam pouco mais de cinco pais nas reuniões. “Agora recebemos cerca de 500 pais quando convocamos reunião. E foi fundamental ouvi-los para identificar alguns problemas da escola”, diz.
O metalúrgico Cecílio Maçaneiro Júnior, 38 anos, conta que entrou em choque quando voltou à escola em que estudou. Há três anos, quando matriculou a sua filha Nicole Jennifer Pereira Maçaneiro, 13 anos, decidiu lutar pela recuperação da escola. “O laboratório de ciências, que era completo, estava destruído. Fiquei decepcionado”, diz.
O pai conta que decidiu lutar pela recuperação da escola. “Nunca deixei de acreditar que era possível melhorar. Às vezes me sentia sozinho. Agora sei que um sonho está sendo realizado”, comenta. Já sua filha Jennifer, que está na 7ª série, diz que só não deixou a escola porque aqui tinha feito bons amigos e que também acreditava na recuperação da escola. “Quando comentava para outras pessoas que estudava aqui era discriminada”, relata.
RECUPERAÇÃO - Estudo nas férias para recuperar o atraso escolar. Essa é a rotina de cerca de 90 alunos que possuem de dois a quatro anos de distorção idade-série no Colégio Estadual Milton Carneiro. Estes estudantes participam de um plano de personalizado de atendimento, uma maneira diferenciada adotada pela direção da escola para pôr em prática o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação, que dispõe sobre o direito do aluno em receber oportunidades de readequação idade-série. No início do ano letivo, estes estudantes irão passar por orientações escolares e avaliações.
A possibilidade de saltar da 6ª para a 8ª série entusiasmou o jovem Douglas da Luz de Oliveira, de 15 anos. O menino cursa informática durante o dia e estuda cerca de três horas por dia. “Não é ruim estudar nas férias. Antes não tinha nada para fazer e se eu for bem na prova pelo menos consigo ficar na série certa. É muito ruim reprovar e ter de estudar tudo de novo”, diz.
O diretor Lúcio Sérgio Ferracin ressalta que é papel da escola dar oportunidades para o estudante progredir. “A readequação melhora a autoestima e favorece a inclusão do jovem na escola. Se ele fica muito tempo defasado ficam desmotivados e deixam de produzir”, comenta.