Centros dão oportunidades para
população de rua mudar de vida

O centro oferece atividades e orienta a buscar emprego, estudar ou fazer acompanhamentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). No Paraná, existem 21 Centros Pop, distribuídos em 16 municípios, e que já receberam R$ 3,6 milhões de investimentos do Estado.
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02/07/2018 - 16:30
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São oito horas da manhã quando o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua abre as portas. Ao longo do dia, cerca de 50 pessoas transitam pelo Centro Pop Plínio Tourinho, Jardim Botânico, em Curitiba, para buscar acolhimento e melhor qualidade de vida. Ali, elas são credenciadas e recebem o primeiro atendimento, com a oferta de café da manhã e de materiais para a higiene pessoal.

No Paraná, existem 21 Centros Pop, distribuídos em 16 municípios, e que já receberam R$ 3,6 milhões de investimentos do Estado. Desde 2015, a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social financia o acolhimento e o serviço de abordagem social, que atendem a população de rua.

As unidades devem ofertar o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, que faz atendimentos individuais e coletivos, oficinas e atividades de convívio e socialização. Também são promovidas ações que incentivam o protagonismo e a participação social das pessoas em situação de rua.

ABRIGO – O espaço Plínio Tourinho, por exemplo, é uma referência para as pessoas que moram ou sobrevivem na rua e conta com profissionais, como educadores e assistentes sociais, responsáveis por receberem essa população.

As pessoas que vão ao equipamento pela primeira vez são identificadas e seus objetos pessoais são colocados em um guarda-volumes, para que elas tenham acesso aos serviços.

“Duas técnicas, em salas separadas, identificam as demandas de atendimento em um primeiro momento, que podem ser encaminhamento para unidade de saúde, emissão de documentação ou retorno ao Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) para tentar reestabelecer vínculos familiares”, diz a coordenadora do Centro Pop Plínio Tourinho, Ronsangela Zengo.

ATENDIMENTO – O centro oferece atividades e orienta a buscar emprego, estudar ou fazer acompanhamentos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A coordenadora explica que, na maioria das vezes, a situação de rua é temporária.

“O auxílio da rede socioassistencial é fundamental para que a pessoa possa se reinserir, novamente, na sociedade. Tentamos resgatar a autonomia das pessoas, para que elas saiam do sistema da assistência e possam retomar o protagonismo de sua vida”, afirma Rosangela.

Hilbert Mateus dos Santos, de 23 anos, natural do Rio de Janeiro, veio para Curitiba em busca de uma vida melhor. No primeiro dia, pousou na rua e ficou nos arredores da rodoviária, mas soube do trabalho da assistência social e conheceu o Centro Pop. Mais tarde, passou a trabalhar como garçom.

Hoje, Hilbert frequenta o Centro Pop e pernoita no Ginásio Plínio Tourinho, espaço transformado em abrigo para a população em situação de rua. “Aqui eu fiz bastantes amizades. A equipe que atende também é muito boa. Quero voltar a estudar ano que vem. Vou fazer o Enem, neste ano, e pretendo cursar arquitetura”, conta Hilbert.

PERNOITE – O Centro Pop funciona de segunda a segunda, mas não oferece pernoite. Para isso, existem casas de passagem, onde a população em situação de rua pode passar a noite.

A gerente de proteção social especial e responsável pelo atendimento da população em situação de rua em Curitiba, Elaine Regina dos Santos, diz que existem grupos que indicam o Centro para outras pessoas, além da abordagem 24h, que faz a busca ativa, identifica situação de rua, incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, entre outras situações de risco.

“A abordagem encaminha para algum dos centros pop e, então, a pessoa em situação de rua estará vinculada a um deles. Também será desenvolvido um plano de atendimento individual que atenda às suas necessidades”, afirma Elaine.

 

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