A nova fábrica da Klabin, de Ortigueira, que começou a produzir há dois anos, colocou a celulose no mapa de exportações do Paraná. Maior investimento privado da história do Estado, com R$ 8,5 bilhões atraídos pelo programa de incentivos Paraná Competitivo, a unidade direciona boa parte da produção para as exportações.
Em seis anos, as exportações de celulose pelo Paraná aumentaram 112 vezes – de US$ 4,9 milhões (2011) para US$ 553,8 milhões em 2017. No primeiro trimestre de 2018 já foram embarcados US$ 180,6 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
A celulose, que ocupava a 81ª posição entre os produtos exportados pelo Paraná em 2011, passou para sétimo lugar em 2017 e no primeiro trimestre de 2018 subiu para a quarta colocação, atrás apenas de soja em grão, carne de frango in natura e farelo de soja.
“A celulose desbancou os automóveis em exportações no trimestre. Como é um produto com múltiplas aplicações, não apenas para fabricação de papel e embalagens, mas também fraldas e outros produtos de higiene, há um potencial muito grande para exportações pelo Paraná”, diz o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), Júlio Suzuki Júnior.
EMPREGOS E DIVISAS - De acordo com ele, a instalação de uma fábrica como a da Klabin, além de transformar uma região com baixo índice desenvolvimento econômico, como Ortigueira, com geração de empregos e renda, também tem efeitos positivos em outras áreas. “Um projeto desse se desdobra no aumento da produção florestal, nas exportações e na movimentação logística até o porto de Paranaguá, e até mesmo no aproveitamento de resíduos para a geração de energia”, exemplifica.
QUINTO DO PAÍS - O Porto de Paranaguá, com forte atuação na movimentação de grãos e automóveis, vem se firmando também como um terminal de exportação de papel e celulose. Já é o quinto porto do País em movimentação desses produtos. China e Itália são os principais destinos da celulose exportada pelo Paraná. Juntos, os dois países respondem por 81% dos embarques.
A Klabin opera um terminal logístico a 5 quilômetros do cais do porto, que foi inaugurado com previsão de giro de 900 mil toneladas no primeiro ano. O governo federal pretende leiloar uma outra área para movimentação de celulose dentro da faixa primária do porto, com capacidade para 1,3 milhão de toneladas.
FÁBRICA - A unidade Puma, como foi batizada pela Klabin, possui capacidade anual de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose, sendo 1,1 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta (eucalipto) e 400 mil toneladas de celulose branqueada de fibra longa (pínus), parte convertida em celulose fluff.
FLORESTAS – O projeto da Klabin vem fomentando também a produção florestal no Estado. O Paraná ultrapassou São Paulo e já é o primeiro em produção de toras para papel celulose no Brasil. Em 2016, último dado disponível do IBGE, foram 15,9 milhões de metros cúbicos, 18,7% da produção nacional. Em 2011 o Estado ocupava a quarta colocação, com 12,7% de participação.