O Governo do Paraná criou algumas ações para recolher o lixo eletrônico dos servidores do Estado. A Celepar, por exemplo, disponibiliza pontos de coleta em sua sede e em outros três locais: na Paraná Previdência, no Palácio das Araucárias e na Secretaria de Estado da Fazenda. Cerca de 500 quilos de lixo, como teclados, mouses e até impressoras, são recolhidos todos anos.
“Esse projeto começou em 2013 em nossa sede, mas desde 2015 resolvemos disseminar para outras secretarias porque a gente acredita que dentro da nossa expertise de prover tecnologia, nada melhor que pensar em reciclagem reversa através do lixo eletrônico”, explicou o técnico do núcleo de planejamento e projetos institucionais da companhia, Luiz Gustavo Dalazen. Ele contou que a ação vem ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). São 17 metas a serem cumpridas até 2030, propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que têm a adesão 193 países e que visam construir um mundo melhor. Um dos objetivos contempla a reciclagem seletiva e correta. “A Celepar foi uma das primeiras companhias do Estado a firmar um compromisso com a entidade”, acrescentou.
A empresa planeja expandir o projeto e criar em 2019 o Lixo Zero. “A ideia é disponibilizar mais postos de recolhimento em outras estruturas da administração pública e envolver mais catadores da capital. Dessa forma, vamos conseguir colaborar mais ainda com o meio ambiente”, relatou ele.
COLETA – Hoje, os eletrônicos depositados nos pontos de coleta são recolhidos apenas pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis "Protetores do Meio Ambiente", de Curitiba. A organização tem certificação internacional de responsabilidade e é formada por 13 catadores. “Graças ao lixo que recolhemos, conseguimos levantar muros em muitas resistências e ano passado tivemos um excelente Natal”, disse o presidente da instituição, Francisco Joel Teixeira de Almeida, 59 anos.
Tanto ele quanto os outros recicladores fizeram cursos sobre como deve ser feita a separação do lixo eletrônico. Almeida conta que parte do material coletado, como HD’s e memórias de computadores, são destruídos na hora por questões de segurança. “Já a outra parte é comprada por uma empresa japonesa, que leva o material para o país asiático e lá faz a retirada de materiais nobres”, afirmou ele.
MEIO AMBIENTE – Equipamentos eletrônicos não podem ser descartados na natureza porque têm elementos tóxicos, como fósforo, chumbo e mercúrio. “Eles podem afetar água, solo e até contaminar animais e seres humanos”, disse o coordenador de resíduos sólidos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Vinicio Bruni.
Em setembro deste ano, a Secretaria formalizou com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Aninee) e a Associação Comercial do Paraná (ACP) um termo de compromisso do Governo do Estado referente à coleta de lixo eletrônico. Nesse momento, serão coletados apenas pilhas e baterias, na própria ACP.
“O Paraná, por causa de uma série de detalhes, vem gradativamente assinando termos a respeito do lixo eletrônico, procurando minimizar ao máximo as dificuldades técnicas e legais. O próximo passo é viabilizar a coleta de elementos maiores, como fogões, aparelhos de som e telefones”, disse.