Casos de botulismo determinam
interdição de produtos embutidos

As pacientes, duas meninas de quatro e seis anos de idade moradoras em Francisco Alves, foram internadas em Umuarama, receberam o soro antibotulínico e já receberam alta do hospital.
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29/11/2018 - 10:10
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Dois casos de botulismo estão em investigação no município de Francisco Alves, no noroeste paranaense, pela Secretaria de Estado da Saúde. As pacientes, duas meninas de quatro e seis anos de idade, foram internadas em Umuarama, receberam o soro antibotulínico e já receberam alta do hospital.

As vigilâncias sanitárias estadual e municipal acompanham o caso e estão investigando como ocorreu a contaminação.

A chefe da Divisão da Vigilância em Saúde da 12ª Regional de Saúde – Umuarama, Alethéia Bush, disse que as crianças começaram a apresentar sintomas no sábado (24) pela manhã, foram atendidas em um hospital em Francisco Alves e transferidas para Umuarama, onde foram internadas.

O serviço aeromédico do Governo do Estado foi acionado para fazer o transporte do soro antibotulínico até as pacientes, que reagiram bem ao tratamento e tiveram alta na manhã desta terça-feira (27). A suspeita é que a contaminação tenha acontecido após a ingestão de um sanduíche em uma lanchonete de Francisco Alves.

O médico veterinário da Vigilância Sanitária da 12ª Regional de Saúde, Sérgio Eko, informa que as equipes da Vigilância Sanitária fizeram vistorias na lanchonete e nas empresas fornecedoras das matérias-primas usadas no lanche e coletaram amostras dos alimentos, que foram enviados para análise. “Precisamos esperar até a conclusão dos laudos laboratoriais para determinar qual alimento foi responsável pela contaminação”, diz Sérgio.

PRECAUÇÃO – Mesmo sem os resultados laboratoriais, como medida preventiva, a Vigilância Sanitária interditou a lanchonete onde as crianças comeram após constatar falta de licença sanitária, e conservação inadequada dos alimentos.

Outro local, onde o queijo usado no preparo dos lanches era manipulado, também foi interditado por falta de higiene, de estrutura adequada e por não possuir licença e autorização para essa atividade. O mesmo ocorreu no setor de fatiamento da empresa Nutry Queijo, em Umuarama, que não tinha autorização e registro junto ao órgão da agricultura para fazer o fatiamento do produto.

“Nossa recomendação é que se algum consumidor tenha adquirido apresuntado fatiado dessa empresa que não o consuma e o descarte para evitar riscos, uma vez que trata-se de um produto irregular”, diz Sérgio.

CUIDADOS – O botulismo alimentar acontece quando uma pessoa ingere alimento contaminado com a toxina botulínica. O período de incubação (entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação. Os sintomas variam, mas podem incluir dor de cabeça, vertigem, sonolência, dificuldade para respirar, paralisia, dificuldade para engolir, entre outros.

Entre os produtos comumente envolvidos em casos de botulismo estão as conservas, especialmente as artesanais, como as de palmito e picles; embutidos (salsicha, presunto etc.); pescados defumados, salgados e fermentados, queijos e, mais raramente, produtos enlatados. Também o consumo de mel por crianças menores de dois anos deve ser evitado. Por isso, a recomendação da Vigilância Sanitária é consumir apenas produtos com origem comprovada, com inspeção no órgão da agricultura competente, dentro da validade e conservados adequadamente.

Ferver as conservas e produtos por pelo menos 15 minutos antes de serem consumidos é outro cuidado que diminui o risco de contaminação. No caso de latas e vidros de conserva, a recomendação é não consumir se a embalagem estiver estufada, danificada ou se o produto apresentar mau aspecto, com alterações no cheiro ou aparência. Outro cuidado é com a conservação dos alimentos e conservas, em especial aqueles que precisam de refrigeração.