Cartilhas ajudam produtor
rural a melhorar desempenho

Estufas de bambu proporcionam economia de até 30% em relação às convencionais e mudança na técnica de pastoreio pode deixar a atividade mais sustentável
Publicação
09/11/2011 - 13:08
Editoria

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O Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, lançou nesta quarta-feira (09) duas cartilhas, uma sobre construção de estufas ecológicas com bambu e outra sobre o pastoreio racional Voisin. Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o material contribui para um sistema mais eficiente de produção de alimentos.
O método criado pelo cientista francês Andre Voisin, apresentado em uma das cartilhas, propõe mudança na forma de produção de carne e leite. “Temos extensas áreas de pastagens produzindo meio boi por hectare/ano, situação que deve ser revertida para um modelo mais sustentável”, avaliou Ortigara. A cartilha Pastoreio Racional Voisin é de autoria do médico veterinário Evandro Massulo Richter, do CPRA e da Emater, com membros da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Cicero Teófilo Berton e Luis Carlos Pinheiro Machado Filho.
A produção de alimentos em ambiente protegido no Estado tem crescido, e as estufas construídas com bambu proporcionam economia de 20% a 30% ao produtor em relação aos modelos de estufas convencionais, conforme o CPRA. O bambu representa um recurso natural com um imenso potencial agrícola, devido a sua versatilidade, resistência, vitalidade e beleza. Além disso, pode ser utilizado como sequestrador de carbono.
A cartilha Estufa Ecológica - uso do bambu em bioconstruções foi elaborada em por Julio Carlos Bittencourt Silva, engenheiro agrônomo da Emater e coordenador de recursos naturais e produção vegetal integrada do CPRA, e Voltair Martins de Oliveira, técnico em meio ambiente, e pela equipe de bioconstruções do CPRA.
REFERÊNCIA – Segundo Ortigara, o desafio do CPRA é transferir tecnologia e conhecimento e se tornar referência em todo o País. A Secretaria está disposta a implementar um plano estratégico e dar mais capacidade técnica e estrutural para que o CPRA tenha condições de apresentar soluções ousadas tanto para a produção como para o consumo de produtos agroecológicos.
A sistematização dessas técnicas em agroecologia representa o início de material técnico gerado pela instituição. Segundo o presidente do CPRA, João Carlos Zandoná, o Paraná já se destaca na produção agroecológica, reunindo cerca de 7 mil produtores e 140 mil toneladas de produtos orgânicos produzidos anualmente que tornam o Estado o segundo maior produtor de alimentos orgânicos do País.
“Há muito o que fazer para a organização dos produtores”, afirmou. Segundo Zandoná, a organização do produtor implica auxiliá-lo no processo de certificação das técnicas de produção adotadas na propriedade. No Paraná, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) faz essa certificação e atualmente cerca de 1.000 produtores já estão certificados. A meta é ampliar essa participação.

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