Campanha alerta
sobre riscos de ingestão
de baterias de lítio

O Instituto de Pesos e Medidas do Paraná participa da campanha “Semana Internacional da Consciência em Segurança de Baterias Botão”. O foco é reduzir lesões e mortes de crianças por ingestão de baterias
Publicação
16/06/2014 - 16:09
Editoria

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O Inmetro, em conjunto com os órgãos delegados, onde se inclui o Instituto de Pesos e Medidas do Paraná, se junta nesta semana (de 16 a 20) à campanha “Semana Internacional da Consciência em Segurança de Baterias Botão”. O foco é a redução de lesões e mortes de crianças por ingestão de “baterias botão”.
A campanha é uma parceria com o Conselho Internacional de Segurança de Produtos de Consumo. Ao todo, 12 participantes integrarão a ação: Brasil, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Letônia, México, Peru, Colômbia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Cerca de 3.500 casos de ingestão de pequenas baterias de lítio por crianças são reportados anualmente a centros de controle de envenenamento nos EUA. Quando engolidas, as chamadas “baterias botão” podem ficar presas na garganta e causar queimaduras graves ou levar à morte. Na Austrália, por exemplo, onde recentemente uma criança morreu como vítima desse tipo de acidente, estima-se que cerca de quatro casos por semana com lesões são diagnosticados.
No Brasil, onde já foram identificados casos de ingestão acidental, o Inmetro e a ONG Criança Segura lançam uma campanha de conscientização nacional, com o intuito de alertar pais, responsáveis, classe médica e institutos de ensino infantil sobre o perigo, antecipando a uma ação global que começa em junho, com diversos países envolvidos.
A ingestão acidental pode causar lesões significativas e permanentes, e levar até mesmo à morte. Pequenas baterias, que podem ter o tamanho de um botão ou de uma moeda, podem se alojar na garganta de uma criança, onde a saliva imediatamente desencadeia uma corrente elétrica, causando uma reação química que provoca queimaduras severas no esôfago, em menos de duas horas. A gravidade da queimadura pode piorar, mesmo depois de a bateria ter sido removida. O tratamento pode envolver alimentação, uso de tubos de respiração e cirurgias.
Equipamentos finos e compactos, como controles remotos de TV e ar-condicionado, chaves de carro, pequenas calculadoras, relógios, cartões e velas musicais, MP3 e lanternas, além de tênis e roupas com pisca-pisca, usados no dia a dia, têm compartimentos de bateria de fácil abertura. Muitos pais desconhecem o risco que isso representa para as crianças.
Outro alerta é para a classe médica, em função da dificuldade no diagnóstico em caso de acidente. Os sintomas apresentados pela criança, como febre e dor de estômago, podem ser facilmente associados a resfriados, viroses ou alergias, e não ao fato de ela ter ingerido ou introduzido uma bateria na narina, alertam os organizadores da campanha.
Os brinquedos já contam com compartimentos para baterias mais seguro e resistentes, que dificultam o acesso às crianças. Contudo, os dispositivos eletrônicos em geral não têm essa opção e estão amplamente disponíveis e acessíveis em muitos lares.
O Inmetro também estuda desenvolver um regulamento para o uso seguro dessas baterias em diferentes produtos. No momento, reúne informações sobre o assunto por meio de benchmarking internacional, e pretende envolver o setor produtivo de pilhas e baterias na discussão sobre redução de riscos.
O presidente do Ipem-PR, Rubico Camargo, disse que é importante que todos os casos de acidentes sejam relatados ao Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo, por meio da página do Ipem-PR, no site www.ipem.pr.gov.br, para fundamentar uma possível regulamentação do uso de baterias em produtos”.
NO MUNDO - Internacionalmente, algumas agências de segurança de produtos já estão trabalhando ativamente na sensibilização do consumidor quanto aos perigos da “bateria botão”. Na Austrália, onde uma criança de 4 anos morreu em 2013 em decorrência de ingestão acidental, a Comissão Australiana de Competição e Consumo (ACCC) tem atuado em parceria com a fabricante Energizer e a ONG Kidsafe em uma campanha de conscientização direcionada a médicos e associações da classe.
ESTATÍSTICAS – Aproximadamente 11% de todos os casos requerem internação. Nos Estados Unidos, foram identificadas 13 mortes entre 1997 e 2009. As vítimas tinham idades entre 11 meses e 3 anos. A investigação conduzida nos EUA indica que as baterias ingeridas por crianças com menos de 6 anos aconteceu ao usar um produto (62% dos casos); ao manipular baterias soltas (30%), ou no manuseio de embalagens de bateria (8%).
Apesar de casos como estes não serem tão frequentes, o índice de letalidade é considerado alto: cerca de 50% das crianças vítimas desse tipo de ingestão acidental morrem em função da demora no diagnóstico e da gravidade das lesões.
Dicas de segurança: fique atento
- Deixe equipamentos com baterias botão fora de alcance quando o compartimento da bateria não for seguro e trave as baterias frouxas.
- Se a criança engolir a bateria botão, imediatamente procure atendimento médico de emergência. Não a deixe comer ou beber e não estimule o vômito.
- Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, como tosse, ‘babação’ e desconforto. Como as crianças conseguem respirar normalmente, o diagnóstico pode ser difícil.
- Relate o caso no Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (www.ipem.pr.gov.br ou www.inmetro.gov.br/acidenteconsumo), o que poderá fundamentar uma possível regulamentação do uso de baterias.
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