Campanha Espalhe Calor mostra importância do voluntariado

Em apenas duas semanas, mais de 10 mil famílias já foram atendidas pelo Provopar
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30/05/2011 - 15:10
Editoria

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A Campanha Espalhe Calor tem mobilizado centenas de voluntários que trabalham na seleção, na dobra e no empacotamento de roupas e agasalhos que serão entregues às famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o Estado. Em apenas duas semanas, mais de 10 mil famílias já foram atendidas pelo Provopar, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social.
“A campanha vai além da distribuição de roupas, cobertores e agasalhos. Ela é um movimento de solidariedade, carinho e amor ao próximo”, afirmou a secretária estadual e presidente do Provopar, Fernanda Richa, ao acompanhar, nesta segunda-feira (30), o trabalho de um grupo de 30 voluntários no barracão do Provopar, na Vila Guaíra, em Curitiba.
“Este é um exemplo a ser seguido por todas as pessoas. Junte seus vizinhos e amigos para arrecadar doações, pois só assim vamos garantir que nenhum paranaense passe frio neste inverno, que promete ser rigoroso”, acrescentou.
Fernanda Richa disse que a solidariedade demonstrada por aqueles que trabalham na seleção dos agasalhos em Curitiba – como é o caso de integrantes da ONG Anjos, da 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular e da Associação dos Moradores São Miguel – vem se espalhando por todo o Paraná. “Por onde passamos com a Campanha Espalhe Calor, temos encontrado parceiros e pessoas preocupadas em ajudar os que mais precisam. Portanto, não tenho dúvidas que, apesar do pouco tempo, a campanha já é um sucesso em todos os sentidos”, diz.
RECOMEÇO – Gregório da França Pereira, 31 anos, é um dos voluntários recrutados pela ONG Anjos para ajudar na Campanha Espalhe Calor. “Durante dois anos, vivi nas ruas. Passei muitas necessidades por causa das drogas. Senti na pele o que é não ter um cobertor ou um agasalho nas noites frias de Curitiba. Sei que o trabalho que estamos fazendo aqui é de extrema importância e procuro me dedicar o máximo”, disse.
Ele conta que, ao deixar a prisão, foi acolhido pela ONG, que está lhe dando a oportunidade de recomeçar a vida: “Estou recomeçando do jeito certo, ajudando ao próximo e ao mesmo tempo me fortalecendo. A minha meta, agora, é prestar vestibular para Psicologia”.
O presidente da ONG Anjos, Oscar Moreira, revelou que a instituição atende em regime de patronato 25 detentos, que recebem quatro refeições por dia e ainda aprendem uma profissão, participando dos cursos de marcenaria, serralheria, montagem de divisórias e eletricista. É o caso de Julio Cesar de Carvalho, 40 anos, condenado a mais de 12 anos de prisão por assalto. “Estou cumprindo a pena atualmente em regime semi-aberto. Tentei por todos os meios arrumar um emprego, já que sou eletricista industrial. Nada consegui. Espero que, por meio da ONG, as portas sejam abertas, para que eu possa recomeçar minha vida, bem longe da criminalidade”, diz ele.
A ONG Anjos trabalha em parceria com a Associação dos Moradores São Miguel, na CIC. “Nossa associação atende 335 famílias, com frutas, verduras e legumes doados pelo Ceasa. Mas temos outros projetos, como o Comunidade Escola, responsável pela promoção de campeonatos de skate”, informou Cleuza Rodrigues Martins, presidente da associação.

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