Cai o número de mortes
por afogamento no Litoral

Desde o início da Operação Verão, há um mês, foram registrados três casos – nenhum no horário de atendimento dos guarda-vidas –, contra sete no mesmo período do ano passado
Publicação
16/01/2012 - 18:40
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Um balanço divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Corpo de Bombeiros apontou redução no número de afogamentos no Litoral do Estado nesta temporada. Em um mês de Operação Verão – iniciada em 16 de dezembro –, foram registradas três mortes por afogamento, contra sete no mesmo período do ano passado. Nenhum dos casos registrados na temporada 2011/2012 ocorreu durante o horário de atendimento dos guarda-vidas.
“Das três mortes registradas desde dezembro, duas aconteceram em rios e uma no mar, durante a madrugada”, afirma o comandante do Corpo de Bombeiros na Operação Verão, Edmilson Barros. O Corpo de Bombeiros também destaca o fato de que, pela primeira vez, não houve mortes nas praias durante as festas de fim de ano.
Barros atribiui a redução no número de mortes por afogamento ao trabalho de prevenção realizado pelo Corpo de Bombeiros, que envolve 430 salva-vidas, trabalhando das 8 às 20 horas. “Antes do início da Operação Verão começamos a trabalhar na orientação dos banhistas para que procurem áreas protegidas por guarda-vidas. Acreditamos que essa campanha fez com que nenhum afogamento fosse registrado em horário de atendimento dos guarda-vidas”, afirma.
Em 30 dias, o Corpo de Bombeiros fez 537 salvamentos, orientou 32.366 mil banhistas, advertiu 29.058 mil pessoas, localizou pais e familiares de 120 crianças perdidas, prestou socorro para vítimas de 147 acidentes com meios de transportes, encaminhou 276 pessoas para atendimento pré-hospitalar e combateu 38 incêndios.
No verão passado foram registrados 803 salvamentos, sete óbitos, 36.836 advertências, 39.587 orientações, 168 crianças se perderam, seis banhistas foram queimados por águas-vivas, 187 sofreram acidentes com meios de transportes, 352 tiveram atendimentos pré-hospitalar e a corporação atendeu 48 incêndios.
ÁGUAS-VIVAS – A principal preocupação de Barros é com o ataque das águas-vivas. Em um mês foram registrados 592 casos de banhistas com queimaduras. No trapiche de Pontal do Sul foram registrados 50 casos; na praia de Caiobá, 165; em Guaratuba, 78; em Matinhos, 262 e em Pontal do Paraná, 192 ocorrências. “Em apenas um dia, em uma das praias, foram registrados 100 casos de banhistas queimados”, informa.
Segundo Barros, a Secretaria de Estado da Saúde está fazendo um estudo feito para apurar as causas do aparecimento das águas-vivas no Litoral do Paraná. Ele orienta que, em caso de queimadura, o banhista deve procurar imediatamente um guarda-vidas. “A pessoa que sofrer queimadura por água-viva deve lavar o ferimento com água do mar e procurar imediatamente um guarda-vidas. Eles estão preparados para fazer o primeiro atendimento, com a aplicação de vinagre, para neutralizar a dor. Em seguida o paciente deve procurar atendimento médico no serviço de saúde do Litoral”, orienta.
Ele lembra que o banhista deve evitar contatos com o local atingido pela água viva: “A orientação é que a vítima evite esfregar as mãos ou as unhas, ou mesmo tecidos no ferimento, para evitar estourar as cápsulas do veneno do animal. Nunca se deve colocar água doce no local atingido, pois isso poderá agravar o problema”.
O ANIMAL – As águas-vivas são animais de estrutura radial, a maioria com tentáculos, podendo apresentar-se em formas fixas (hidras ou pólipos) ou móveis (medusas). Podem aparecer em grande quantidade nas praias de mar aberto ou mesmo no interior das baías.
São representadas por várias espécies ao longo do Litoral do Brasil. Poucas, no entanto, estão implicadas em acidentes com humanos. Podem nadar livremente, embora dependam em grande parte das correntes, ventos e marés para se locomover.
Ao observar a ocorrência de águas-vivas na praia, deve-se evitar entrar no mar ou mesmo tocá-las quando aparentemente mortas na areia.
O contato com a água-viva causa dor imediata, de forte intensidade, com sensação de ardência. Pessoas mais sensíveis ou alérgicas podem ter reações mais intensas, como náuseas, vômitos ou dificuldade para respirar. O acidentado deve sair da água e buscar atendimento médico, para o tratamento da dor e das complicações.

GALERIA DE IMAGENS