O boletim técnico “Avaliação Estadual de Cultivares de Milho - Segunda Safra 2017” já pode ser baixado gratuitamente em http://www.iapar.br. A obra é publicada anualmente pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) com o objetivo de auxiliar técnicos e produtores a eleger cultivares adaptadas às diferentes condições de solo e clima das regiões paranaenses onde se cultiva o cereal nesta época de plantio, também chamado de safrinha.
A publicação apresenta resultados de ensaios conduzidos nas regiões Norte (Cambará, Floresta Londrina, Primeiro de Maio e Sertanópolis), Oeste (Palotina e Santa Helena) e Centro-Oeste (Campo Mourão). O estudo envolveu 35 cultivares convencionais e geneticamente modificadas desenvolvidas pelas empresas Advanta, Balu, Dow AgroSciences, Geneze, JMen Sementes, Morgan, Riber Sementes, SemWest, Syngenta e pelo programa de melhoramento genético do próprio Iapar.
RISCO - Mesmo minimizados pelos avanços tecnológicos, o pesquisador Deoclécio Domingos Garbuglio, um dos autores do boletim, alerta que a segunda safra ainda é um plantio de risco e com menor potencial de produção, tendo em vista as frequentes condições adversas de clima no período.
Altas temperaturas na fase de emergência das plântulas, estiagem no pré-pendoamento ou excesso de chuvas na fase de pós-pendoamento (liberação do pólen), e, ainda, acamamento e quebramento em função de ventos fortes são exemplos de situações potencialmente desfavoráveis no período.
CUSTO DA SEMENTE – De acordo Garbuglio, a aquisição de sementes pode significar mais de 20% do custo total de uma lavoura – é um item que deve merecer total atenção dos produtores e engenheiros-agrônomos ligados à assistência técnica.
Para o pesquisador, a seleção da cultivar é um fator decisivo na safrinha, e deve considerar a classe genética do material híbrido simples, triplo, duplos ou mesmo variedades de polinização aberta, além do nível de resistência a doenças, juntamente com uma avaliação consistente das variáveis de mercado que possam afetar o custo de produção.
“Sementes de menor custo podem gerar um ganho adicional ao final da safra, tendo em vista que a diferença de potencial produtivo das distintas classes genéticas continuará existindo, mas tende a ser menor na segunda safra”, pondera o pesquisador.
RECOMENDAÇÕES - Além do cuidado na seleção da cultivar, Garbuglio sugere escalonar o plantio, respeitar a população de plantas recomendada para o material escolhido, fazer uma adubação equilibrada e monitorar rotineiramente da incidência de doenças para realizar o controle químico apenas quando necessário.
O monitoramento também deve ser feito para a incidência de pragas, mesmo em cultivares geneticamente modificadas, já que pode ser necessário adotar medidas adicionais de controle.
Com 76 páginas, o boletim “Avaliação Estadual de Cultivares de Milho - Segunda Safra 2017” é uma publicação do Iapar em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro). Tem como autores os pesquisadores Deoclécio Domingos Garbuglio, Pedro Sentaro Shioga, Antonio Carlos Gerage, Pedro Mário de Araújo, Rodolfo Bianco, Adriano Augusto de Paiva Custódio e Alberto Sérgio do Rego Barros.