As equipes que trabalham no programa Família Paranaense se empenham diariamente em melhorar suas rotinas e, assim, o atendimento àqueles que mais precisam. Para estimular o autodesenvolvimento e o surgimento de inovações, a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, em parceria com a Escola de Gestão do Paraná, vai divulgar 16 boas práticas desenvolvidas em todo o Estado. Boas práticas são ações ou experiências que tenham sido concluídas e que apresentaram resultados que evidenciem melhorias nos processos de trabalho ou de atuação junto a famílias atendidas pelo programa.
Em comum, as práticas selecionadas usaram metodologias sugeridas pelo programa estadual Família Paranaense. A principal delas, que embasou outras ações, é a intersetorialidade entre atores e políticas públicas. “A união entre áreas diferentes converge para a retirada de famílias da situação de vulnerabilidade social. Só com diagnósticos de várias perspectivas conseguimos o atendimento integral”, comentou a secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa.
Os trabalhos escolhidos atendem aos eixos prioritários de intervenção, estabelecidos pelo Família Paranaense: assistência social, educação, habitação, saúde, agricultura e trabalho. As experiências servirão de referência e poderão ser adaptadas por outras equipes na realidade de suas regiões.
IDENTIFICAR FRAGILIDADES - A qualificação no atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade, com envolvimento intersetorial, fez parte das boas práticas das equipes de Prudentópolis e Pinhão. Elas obtiveram bons resultados no acompanhamento individualizado das famílias e com a aplicação do Ecomapa, que ajuda a identificar fragilidades de vínculos familiares e formas para superá-las.
A mudança com a adesão ao Família Paranaense ficou evidente no atendimento a crianças e adolescentes em Três Barras do Paraná. O acompanhamento fragmentado de vários técnicos foi reunido em uma equipe, melhorando a receptividade das famílias.
Em Campo Bonito, o acompanhamento das famílias dentro dos critérios do Família Paranaense auxiliou a selecionar famílias para programa municipal de habitação, identificando as que mais precisavam da moradia. Também na área de habitação, em Cantagalo, as equipes socioassistencias, em parceria com as de engenharia da Cohapar, avaliaram as condições das casas entregues. O trabalho conjunto melhorou a confiança dos moradores e os serviços prestados às famílias.
VALORIZAÇÃO – Segundo a coordenadora do programa Família Paranaense, Letícia Reis, as práticas serão divulgadas em eventos oficiais do programa. “Com isso, a Secretaria reconhece e valoriza as ações dos profissionais da assistência social envolvidos na implantação do programa”, comenta.
A iniciativa esteve aberta a trabalhadores e gestores dos comitês do Família Paranaense em âmbito municipal, regional e estadual. Boas práticas são ações ou experiências que tenham sido concluídas e que apresentaram resultados que evidenciem melhorias nos processos de trabalho ou de atuação junto a famílias atendidas pelo programa.
NUTRIÇÃO – Em Virmond, por exemplo, as equipes do Cras e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) se uniram para apresentar possibilidades de alimentação saudável e de baixo custo. Foram promovidas oficinas sobre valor nutritivo dos alimentos, principalmente das cascas e talos, para as famílias acompanhadas pelo programa.
Algumas das receitas passadas são de bolo de casca de banana, pizza de legumes e talos de verduras, creme de folhas de couve-flor, requeijão com talos de couve e de sucos naturais. Além do aprendizado, as oficinas fortaleceram os vínculos entre as famílias.
EMPREENDEDORISMO – A atenção das equipes que trabalham com o Família Paranaense em Guaíra, Oeste do estado, transformaram a vida da família de Cleide Pereira Dias, de 48 anos. Chefe de família, ela não contava com apoio nenhum para cuidar dos oito filhos e problemas de saúde a impediam de trabalhar.
No acompanhamento, dois filhos de Cleide passaram a participar do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e ela conheceu o programa Paraná Juro Zero, um dos que compõem o Família Paranaense. Cleide fazia pães para ajudar no sustento da casa, mas necessitava de auxílio da igreja, de familiares e da cesta básica fornecida pelo Cras. Com o Juro Zero, se animou a comprar equipamentos e agora consegue alimentar a família e pagar o aluguel com a renda obtida da venda de pães. Deu tão certo que ela pegou outro financiamento para melhorar a produção.
Este programa também ajudou uma família de assentamento em Centenário do Sul. O financiamento permitiu que fosse instalado sistema de irrigação por gotejamento, o que tornou produtiva a terra seca e arenosa. A família colhe maracujá, melancia e abacaxi, e os frutos não consumidos são vendidos para compor a renda familiar.
ESCOLA – Em Jaboti, a ação foi feita em uma escola, que enfrentava problemas de indisciplina e risco de envolvimento drogas. A equipe socioassistencial do Cras foi até o colégio estadual e começou ciclos de encontros temáticos e entrevistas com estudantes, do 8.º ano do ensino fundamental ao 3.º do ensino médio.
O psicólogo do Cras orientou o trabalho, que envolveu a participação de alunos, e a equipe socioassistencial deu atenção às famílias dos estudantes. Houve melhora no comportamento dos alunos, no rendimento escolar e nas relações familiares e com amigos. Também, a partir das informações coletadas, a prefeitura criou projetos esportivos e culturais para a comunidade.
SAÚDE – Nos lugares em que havia altos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti, as equipes que trabalham no Família Paranaense somaram esforços para combater o inseto. Parcerias com as secretarias municipais de Saúde permitiram alcançar mais pessoas com informação sobre como prevenir a doença e a reprodução do mosquito.
Ações como essa, foram desenvolvidas em Cascavel e Centenário do Sul. Nesta última, o trabalho se desenvolveu em um assentamento. Depois das visitas e orientações, os moradores formaram a comissão que, semanalmente, coleta lixo e conscientiza outros habitantes do local.
CAMPO – O programa Renda Agricultor Familiar foi responsável por outras boas práticas. Moradores mais distantes foram visitados e souberam formas para melhorar suas condições de vida. O recurso liberado é usado em melhoria da qualidade da água, do saneamento e da produção de alimentos para o autoconsumo ou para a geração de renda.
Por exemplo, em São José da Boa Vista, a equipe do Cras e a Emater perceberam a necessidade de proteção de nascente em uma área agrícola. A água foi analisada e constatou-se contaminação por bactérias. Com a técnica à base de solo-cimento, a fonte foi protegida, o que tornou a água boa para o consumo. Também foi explicada a importância de preservar os recursos naturais. Também apresentaram boas práticas ligadas ao Renda Agricultor Familiar, as equipes socioassistenciais de Palmas, Catanduvas e Inácio Martins.
SONHO – As equipes do Família Paranaense e do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo, em Quinta do Sol, motivaram mulheres a mudar de vida. Os profissionais identificaram autoestima baixa e desmotivação em usuárias do Cras e propuseram a dinâmica “Sonhar é preciso. Realizar é possível”.
As 37 mulheres participantes passaram a falar e escrever seus sonhos e formas de torná-los realidade. A cada encontro, avaliavam o que tinham feito naquela semana e debatiam como superar as dificuldades. A reação surpreendeu os técnicos, pois elas aprofundaram a dinâmica e alcançaram melhor autoestima.
Confira as boas práticas selecionadas no site da Secretaria da Familia e Desenvolvimento Social. Elas estão AQUI