Bibliopraia leva mais
de 3 mil veranistas a ler

Em atividade desde 20 de dezembro, projeto oferece opções de empréstimo de livros nas areias da praia
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16/01/2013 - 13:20
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O projeto Bibliopraia, do Governo do Paraná para a Operação Verão, registrou mais de 2 mil empréstimos, desde 20 de dezembro. Mais de mil visitantes passaram em cada uma das três bibliotecas em atividade, na Praia Brava, em Matinhos; na Praia Central, em Guaratuba; em Ipanema, em Pontal do Paraná. A partir desta quinta-feira (16), veranistas e moradores da Ilha dos Valadares tem à disposição uma unidade na Praça Cyro Abalem, e os da Praia Mansa, em Caiobá, terão o projeto a partir do fim de semana.
Os bons números foram alcançados pelo modo prático com que os leitores emprestam os livros. O interessado fornece apenas o nome completo e contato telefônico. Ele pode emprestar um título por vez, durante três dias, com opção de renovação. Cada biblioteca tem 1.200 títulos de literatura nacional e estrangeira, além de livros infantojuvenis. Algumas obras fazem parte dos 10 mil livros adquiridos pela Biblioteca Pública do Paraná, no final do ano passado.
Outras atividades têm movimentado os módulos da Bibliopraia. No domingo (6), nas areias de Ipanema, um grupo de contação de histórias atraiu mais de 100 adultos e crianças. Além das contação de histórias, um grupo de teatro de bonecos faz apresentações regulares na mesma praia, sempre aos domingos.
CRIANÇAS – Grande parte do movimento se deve ao público infantil. Algumas crianças já leram oito livros. Diário de um banana, de Jeff Kinney, é o título mais concorrido. Caroline Michely, estudante da UFPR do litoral, é atendente do módulo de Guaratuba e conta que as crianças dificilmente resistem aos livros vistosos e ilustrados. “Muitas têm procurado novas leituras. Nem sempre são os pais que incentivam, muitas vezes elas passam, veem aqueles livros ilustrados, e arrastam os pais pelas mãos até a biblioteca”, conta a atendente, que destaca a qualidade e o bom estado dos livros disponíveis.
Reforçando essa onda infantil, a jovem leitora Eduarda Ribeiro, de 8 anos, é uma das mais empolgadas. “Estou adorando ter uma biblioteca aqui na praia. Com os livros, posso me distrair à noite, quando não tem sol”, diz. Moradora de Almirante Tamandaré, em férias em Guaratuba, já retirou seis livros. Os preferidos do verão foram Festa de Aniversário, da escritora Meredith Badger, e Em cima e embaixo, de Janet Stevens. Leitora nas quatro estações, Eduarda costuma frequentar a biblioteca da escola onde estuda, e lá adquiriu gosto pela leitura.
O analista de sistemas Carlos Tanabe, 51 anos, acompanhou o filho Thomas, que procurava uma nova leitura para a semana. Enquanto via seu filho folhear um exemplar da edição infantil de Os sinos, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, Carlos contou que o filho gosta de histórias leves e palatáveis, com figuras e ilustrações. O gosto pela literatura foi passado de pai pra filho.
PREFERÊNCIAS – Marta Sienna, chefe da Divisão de Extensão da BPP e responsável pelos módulos do litoral, conta que a procura de livros reproduz a preferência de mercado. Best-sellers e autores consagrados são os mais disputados. A badalada saga Cinquenta tons de cinza, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade, da escritora britânica E. L. James, são exemplares que não param nas estantes.
A literatura de fantasia também tem feito sucesso e movimentado as bibliotecas. A advogada curitibana Andressa Kunze emprestou A batalha do apocalipse, de Eduardo Spohr. Leitora assídua, Andressa aprovou a ideia de ter uma biblioteca na praia. “Além dos livros que leio por causa da profissão, costumo ler quatro livros por mês. Já tenho o hábito da leitura durante o ano e, uma biblioteca na praia, facilitou ainda mais o acesso”, comenta.
Veranistas de todo o Estado têm prestigiado a iniciativa. Desde dia 20 de dezembro, quando a primeira Bibliopraia foi instalada em Caiobá, na Praia Brava, leitores de Londrina, Campo Mourão, Guarapuava, Maringá e Cascavel circulam com frequência entre os módulos. O projeto continua até 17 de fevereiro.
Marta Sienna acredita que a iniciativa permite um novo tipo de entretenimento para o veranista. “Já é tradição ter ginástica, música e atividades de dança, mas raramente tem um projeto que promova a leitura. Então, de certo modo, conseguimos suprir essa carência”, diz.

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