Appa avança no projeto de
trapiches para comunidades ilhadas

Projetos já foram contratados e a expectativa é apresentá-los às comunidades no início de 2019. Serão cinco estruturas novas e nove reformadas. Elas darão mais segurança ao embarque e desembarque nas localidades ilhadas da baia de Paranaguá
Publicação
20/12/2018 - 14:50

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Os projetos para construção e reforma dos trapiches nas comunidades ilhadas do Litoral paranaense foram contratados pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Com isso, a expectativa é que a apresentação e a aprovação junto à comunidade aconteça no início de 2019. Serão cinco estruturas novas e nove reformadas, com custo estimado de R$ 10 milhões.

As obras de reformas estão previstas para as comunidades de Amparo, Europinha, Eufrasina, Ilha do Mel (Brasília e Encantadas), Ilha do Teixeira, Piaçaguera, Rocio e Vila Maciel. Novas unidades serão construídas na Ilha dos Valadares e nos municípios de Pontal do Sul e Antonina (Ponta da Pita e Portinho).

“Os trapiches são fundamentais para o desembarque seguro das pessoas que vivemou chegam às ilhas da baía de Paranaguá, seja para o turismo, para a atividade pesqueira e para o dia a dia das famílias. Com a reforma e construção de novas estruturas, os moradores terão mais segurança, agilidade nas atividades diárias e qualidade de vida”, destaca o diretor-presidente da Appa, Lourenço Fregonese.

O consórcio que venceu a licitação para execução dos projetos é formado pelas empresas EXE e Belov Engenharia, especializadas em obras marítimas e portuárias. Depois da validação dos projetos pelas comunidades e a apresentação de todas as licenças necessárias, será licitada a empresa para realização das obras.

DEMANDAS E SUGESTÕES - As consultas públicas, que foram feitas desde o início do processo, permitiram ouvir as demandas e reunir sugestões dos moradores. “Antonina foi contemplada com duas estruturas e, durante as reuniões com a comunidade, foi decidido mudar um dos pontos para Porto do Cabral, para atender a comunidade do Portinho, que tem uma grande concentração de pescadores”, explica o prefeito José Paulo Vieira Azim.

“Esses trapiches são um anseio antigo da população antoninense, principalmente das famílias que vivem da pesca e da coleta de mariscos. Acreditamos que com eles teremos um incremento na economia local, na extração direta do pescado ou no aumento do fluxo de turistas que visitam a região para pescar”, completa.

José Carlos Pereira, pescador da Ponta da Pita, participou das reuniões e está animado com a obra. “O meu barco não encosta na beira da praia, então tem risco de escorregar, machucar. Com o trapiche não, vai ser só encostar. Hoje eu vou falar para minha comunidade que a construção trapiche vai acontecer”, diz ele.

Para Luiz Augusto de Azevedo, engenheiro de pesca da prefeitura de Paranaguá, as estruturas permitem ampliar o turismo comunitário. “É importante fazer um trabalho em benefício da comunidade pesqueira, procurar alternativas de renda. Os trapiches melhoram as condições para a visitação de turistas e isso traz nova fonte de renda aos pescadores”, disse.

EQUILÍBRIO - A construção e reforma dos trapiches faz parte do programa de compensação da atividade pesqueira e é um requisito da Licença Ambiental 1144/2016, emitida pelo Ibama para autorizar a dragagem de aprofundamento dos portos de Paranaguá e Antonina. A intenção é minimizar os possíveis danos da atividade portuária nas comunidades afetadas.

Todos os trapiches seguirão o mesmo modelo de construção, para garantir igualdade de condições entre os locais. “Ao longo de 2018 a Appa trabalhou muito nos processos de autorização junto à Marinha do Brasil, Capitania dos Portos do Paraná e Secretaria do Patrimônio da União, além de viabilizar a contratação dos projetos executivos”, explica o diretor de Meio Ambiente da Appa, Bruno Guimarães.

Os projetos foram validados por uma comissão formada por representantes de diversos órgãos operacionais e ambientais, incluindo Appa, Ibama, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Ministério da Pesca, Ministério Público Estadual, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), Universidade Federal do Paraná e prefeituras.

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