Após inundação, empreendedores de Sulina
mantêm negócios graças à linha de crédito

Comerciantes iam fechar as portas porque não tinham dinheiro para repor produtos e equipamentos danificados pelas fortes chuvas, mas conseguiram se recuperar dos prejuízos.
Publicação
07/11/2014 - 10:37
Editoria

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Empreendedores de Sulina, a 500 quilômetros de Curitiba, no Sudoeste do Estado, conseguiram dar a volta por cima e não fechar as portas após terem grandes prejuízos por conta de uma inundação no município, em junho deste ano.
É o caso do comerciante Juarez de Lima Damazzo, dono de um mercado na cidade, que ficou embaixo d´água quando o Rio Capivara foi represado pelo Rio Iguaçu e subiu 11 metros em menos de 24 horas. “Perdi quase todas as mercadorias. Estava praticamente fechando as portas”, conta ele. “O pessoal da cidade me ajudou a colocar os alimentos em prateleiras mais altas e a tentar salvar o que era possível, mas a enxurrada levou muita coisa”.
Para se recuperar dos prejuízos, o comerciante recorreu a uma linha de crédito especial aberta pela Fomento Paraná, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE-Recupera), para socorrer empreendedores afetados por catástrofes climáticas. Com suporte da agente de crédito Eliane Ritter Dizivielevski, funcionária da Prefeitura, Damazzo solicitou e conseguiu um financiamento de R$ 15 mil.
Com o crédito, comprou novas mercadorias e móveis e consertou equipamentos avariados. “Deu um grande alívio para recomeçar”, diz o dono do Mercado Popular. Ele terá seis meses de carência para começar a pagar as prestações. “É o melhor crédito para o comércio atualmente. O que mais ajuda”, completa.
RODOVIÁRIA — Outra empreendedora que chegou a pensar em fechar o negócio foi a comerciante Soeli Weber Schechlesk. Ela mantém uma lanchonete e mercearia, que também funciona como rodoviária, uma parada de ônibus no município. O estabelecimento foi seriamente afetado pela inundação e a comerciante não tinha recursos suficientes para se recuperar. “A intenção era fechar porque a gente não tinha como se reerguer”, comenta Soeli.
O crédito da Fomento Paraná foi utilizado por ela para repor as mercadorias perdidas. “O dinheiro serviu pra começar de novo. O prazo e a taxa de juros foram muito bons”, conta ela.
Em situação parecida ficou a oficina de lataria e pintura Ceolin, vizinha à rodoviária, que foi totalmente alagada. “Perdi muito maquinário e equipamentos, tive que trocar muita coisa que a enchente estragou”, explica o proprietário, Gelson Antonio Ceolin.
Com a ajuda da agente de crédito do município, Gelson conseguiu reunir a documentação necessária e recebeu o aporte necessário para reformar a oficina. “Deu pra refazer a estrutura do barracão. Se não fossem condições tão boas, não daria para pagar”, afirma.
ATUAÇÃO – Sulina tem aproximadamente 3.400 habitantes. Metade vive na área urbana e metade na zona rural. Para o prefeito, Almir Maciel Costa, a atuação da Fomento Paraná ma cidade superou as expectativas. “Já temos mais de 60 empreendedores financiados no município e a demanda continua grande”, comenta. “O benefício é incalculável. Nosso município é pequeno. Quem ganha com isso é o município de Sulina”, completa ele.
Na cidade, existem 68 operações de crédito ativas da Fomento Paraná com empreendedores do comércio, indústria e do setor de serviços. São aproximadamente R$ 570 mil reais em contratos de microcrédito.
Na linha destinada exclusivamente a apoiar a recuperação dos empreendimentos afetados por catástrofes ambientais, 16 empreendedores já foram beneficiados, com mais de R$ 200 mil em financiamentos concedidos.
RECUPERAÇÃO – A partir da experiência com a linha FDE-Recupera, a Fomento Paraná lançou, em setembro, a linha Microcrédito Fomento – Recupera. Trata-se de uma linha de crédito do tipo giro puro, destinada justamente a proporcionar capital de giro para atender empreendedores que venham a ser afetados direta ou indiretamente por eventos climáticos que provoquem situação de emergência ou calamidade nos municípios, interrompendo a atividade econômica.
Para os empreendimentos formalizados — considerando-se empresas que tenham faturamento bruto anual de até R$ 360 mil — o crédito disponível poderá ser de até R$ 15 mil. Para empreendedores informais (sem CNPJ), o crédito é limitado entre R$ 1.000 e R$ 7.500. A taxa de juros das operações varia de 0,61% a 0,67% ao mês. O prazo de carência, para começar a pagar o financiamento, é de até seis meses e o prazo total de financiamento de até 36 meses em prestações mensais e fixas.
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