Um trabalho complexo, minucioso e demorado preenche a rotina dos seis peritos que compõem a equipe do Laboratório de Fonética Forense do Instituto de Criminalística do Paraná, sediado em Curitiba. Eles são os responsáveis pela realização de exames periciais de Verificação de Locutor, destinados a identificar em gravações telefônicas e ambientais a autoria de delitos.
A análise e confronto de voz são objetos de pesquisa em diversas áreas de estudo, especialmente nas ciências forenses. No campo da perícia criminal, os policiais que coletam o material precisam seguir à risca determinados procedimentos, conforme explica a perita criminal Denise de Oliveira Carneiro, do Instituto de Criminalística do Paraná. Além de apresentar autorização judicial para a apresentação, eles devem, por exemplo, evitar a compactação ou conversão dos arquivos em formato diferente do original; encaminhar o material acompanhado de sua transcrição, apontando os trechos que devem ser confrontados; e aguardar o agendamento da coleta pelos peritos, pois as gravações feitas por outros profissionais são desprezadas grande parte das vezes.
“A fala contempla variações até mesmo nas emissões de um único sujeito, influenciadas por fatores físicos ou emocionais. A análise forense baseia-se no levantamento minucioso de aspectos linguísticos e acústicos da fala gravada, buscando traçar o perfil que particularize aquele indivíduo”, explicou Denise.
A perita afirmou que é fundamental a utilização do Sistema Guardião para a coleta das ligações, pois nos outros meios a qualidade costuma ser prejudicada. O Sistema Guardião consiste em um software que permite escutar, redirecionar, gravar e armazenar conversações em telefonia fixa ou móvel.
ANÁLISE – Ao receber a gravação, os peritos verificam se o material está adequado para a realização do exame. O material coletado deve ter ao menos 40 segundos, com qualidade acústica adequada. Após a seleção primária, verifica-se padrão de voz do suspeito com os peritos criminais. Os trechos previamente selecionados, contendo características marcantes da voz, são utilizados como base da comparação.
Pode-se imaginar que este minucioso trabalho pericial seja realizado por um software, mas ainda não foi desenvolvido nenhum capaz de captar todas as minúcias da fala humana, pois ela é um instrumento muito complexo e instável. Mesmo nos países que utilizam recursos digitais de análise, o sistema ainda precisa ser operado por um perito com experiência no exame.
No exame o suspeito fala espontaneamente e também é submetido a séries de repetições que devem mostrar suas características linguísticas particulares. Após a coleta do material, os peritos comparam o vocabulário, sotaque, dialeto, velocidade e mesmo a análise de milissegundos da voz do suspeito. O procedimento de análise costuma levar cerca de 60 dias, mas não é incomum que demore até 120 dias.
Diferentemente dos exames envolvendo DNA, o resultado não é expresso em números ou em uma porcentagem, mas em um conjunto de convergências ou divergências que, quando identificadas, constituem uma prova cujo peso é atribuído pelo perito que realizou a análise. No Estado, o exame pericial de Verificação de Locutor é realizado no Laboratório de Fonética Forense do Instituto de Criminalística, sediado em Curitiba. Fazem parte da equipe chefiada por Ana Maria Martins os peritos Denise Oliveira Carneiro, Marilisa Exter Koslovski, Edna Andrade Melo, Lucas de França Livisnki e Márcia Aparecida Biss.
A análise e confronto de voz são objetos de pesquisa em diversas áreas de estudo, especialmente nas ciências forenses. No campo da perícia criminal, os policiais que coletam o material precisam seguir à risca determinados procedimentos, conforme explica a perita criminal Denise de Oliveira Carneiro, do Instituto de Criminalística do Paraná. Além de apresentar autorização judicial para a apresentação, eles devem, por exemplo, evitar a compactação ou conversão dos arquivos em formato diferente do original; encaminhar o material acompanhado de sua transcrição, apontando os trechos que devem ser confrontados; e aguardar o agendamento da coleta pelos peritos, pois as gravações feitas por outros profissionais são desprezadas grande parte das vezes.
“A fala contempla variações até mesmo nas emissões de um único sujeito, influenciadas por fatores físicos ou emocionais. A análise forense baseia-se no levantamento minucioso de aspectos linguísticos e acústicos da fala gravada, buscando traçar o perfil que particularize aquele indivíduo”, explicou Denise.
A perita afirmou que é fundamental a utilização do Sistema Guardião para a coleta das ligações, pois nos outros meios a qualidade costuma ser prejudicada. O Sistema Guardião consiste em um software que permite escutar, redirecionar, gravar e armazenar conversações em telefonia fixa ou móvel.
ANÁLISE – Ao receber a gravação, os peritos verificam se o material está adequado para a realização do exame. O material coletado deve ter ao menos 40 segundos, com qualidade acústica adequada. Após a seleção primária, verifica-se padrão de voz do suspeito com os peritos criminais. Os trechos previamente selecionados, contendo características marcantes da voz, são utilizados como base da comparação.
Pode-se imaginar que este minucioso trabalho pericial seja realizado por um software, mas ainda não foi desenvolvido nenhum capaz de captar todas as minúcias da fala humana, pois ela é um instrumento muito complexo e instável. Mesmo nos países que utilizam recursos digitais de análise, o sistema ainda precisa ser operado por um perito com experiência no exame.
No exame o suspeito fala espontaneamente e também é submetido a séries de repetições que devem mostrar suas características linguísticas particulares. Após a coleta do material, os peritos comparam o vocabulário, sotaque, dialeto, velocidade e mesmo a análise de milissegundos da voz do suspeito. O procedimento de análise costuma levar cerca de 60 dias, mas não é incomum que demore até 120 dias.
Diferentemente dos exames envolvendo DNA, o resultado não é expresso em números ou em uma porcentagem, mas em um conjunto de convergências ou divergências que, quando identificadas, constituem uma prova cujo peso é atribuído pelo perito que realizou a análise. No Estado, o exame pericial de Verificação de Locutor é realizado no Laboratório de Fonética Forense do Instituto de Criminalística, sediado em Curitiba. Fazem parte da equipe chefiada por Ana Maria Martins os peritos Denise Oliveira Carneiro, Marilisa Exter Koslovski, Edna Andrade Melo, Lucas de França Livisnki e Márcia Aparecida Biss.