Agricultura e Adapar implantam coleta seletiva do lixo

O projeto se dá através da coleta seletiva solidária e vai funcionar na sede das instituições, em Curitiba, e nas 20 unidades regionais e 135 unidades locais no Estado. O material vai para 14 cooperativas de catadores habilitadas, que obtém renda com a atividade.
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09/10/2017 - 12:30
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A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) implantaram nesta segunda-feira (09) o projeto de gerenciamento da coleta de lixo e resíduos sólidos. O projeto se dá através da coleta seletiva solidária e vai funcionar na sede das instituições, em Curitiba, e nas 20 unidades regionais e 135 unidades locais espalhadas pelo Estado.

“O cuidado com o meio ambiente começa em casa e é muito irracional não reciclar”, disse o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. “Se queremos que os agricultores cuidem do solo, do meio ambiente e pratiquem uma agricultura sustentável, também temos de dar o exemplo com nossas ações”, acrescentou.

O projeto vinha funcionando na forma piloto e já destinou 10 toneladas de material reciclável às 14 cooperativas de catadores de lixo habilitadas, que obtém renda com a atividade. O desafio agora é transformar essa iniciativa em ações concretas de destinação e separação do lixo da forma correta, uma ação de sustentabilidade a partir do poder público.

O evento que marcou a implantação do projeto foi com transmissão simultânea pela Internet a todos os servidores dos núcleos regionais da Secretaria e da Adapar. O secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, e o presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, assinaram documento estabelecendo a obrigatoriedade da destinação e coleta seletiva e racional do lixo em todas as unidades das instituições.

TODOS OS SETORES - “Estamos em pleno século XXI e não dá mais para fazer as coisas de qualquer jeito, como se fazia antigamente. Isso vale para todos os setores, desde o econômico, como a Agricultura até os comportamentais, que é o de dar uma destinação adequada ao lixo gerado em casa e nas instituições”, afirmou Ortigara.

O secretário retornou de uma viagem à Europa onde foi conhecer projetos de geração e aproveitamento de energias renováveis a partir de qualquer produto, inclusive o lixo. Na Itália, por exemplo, conheceu projetos de transformação de silagem de milho em energia.

Segundo Ortigara, a economia tem bens finitos, que acabam um dia, e esse conceito de cuidar do meio ambiente, a partir do nosso dia a dia, está vingando e transformando o jeito de viver. “Vamos fazer as coisas simples: separar, reciclar. Não tem mais como fazer aqueles aterros enormes, cheios de urubu, chorume, gás vazando. Isso é muito antigo. Precisamos cooperar para mudar”, disse.

COOPERATIVAS - Os grandes acordos climáticos e ambientais firmados no mundo, afirmou Ortigara, devem se traduzir em ações práticas como essa que está sendo adotada pela Secretaria e a Adapar. O lixo separado vai para as cooperativas e associações de catadores de lixo habilitadas, que vão dar a destinação adequada e conseguem renda com a atividade.

Para Roselaine Mendes Ferreira, representante do Instituto Lixo e Cidadania, todos os funcionários devem ter boa vontade na separação adequada do lixo para o projeto sair do papel. A cooperativa gera renda para seus associados com a venda de papel e plástico para empresas especializadas na compra desse tipo de material. A representante da cooperativa disse que a renda obtida com separação do lixo gira em torno de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil mensais aos catadores.

MODELO - A nova modalidade na coleta do lixo corresponde à adequação ao decreto número 4167 de 2009, implantado por recomendação do Ministério Público do Trabalho e do Meio Ambiente a todos os órgãos públicos. Trata-se de um modelo que estabelece o uso sustentável dos ambientes de trabalho e que permitam melhor sustentabilidade nos dois órgãos. Para isso, foram constituídas duas comissões de responsabilidade socioambiental.

O modelo estabelece o fim do uso de copos plásticos para café ou líquidos quentes, que serão substituídos por canecas individuais repassadas aos funcionários, uso racional da iluminação nas salas e computadores. E também a instalação de lixeiras seletivas para destinação correta do lixo gerado.

Neste ano foram investidos R$ 188 mil na aquisição de contêineres, balanças e lixeiras. Outros R$ 260 mil serão investidos no ano que vem para facilitar a reciclagem dos resíduos sólidos. Segundo o consultor Cicero Bley Júnior, presente no evento, a reciclagem de materiais sólidos representa uma economia de 90% na energia gasta para cortar e derrubar árvores para fabricação do papel.

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