Acordo pacifica ocupação da Fazenda
Figueira, na região de Londrina

Integrantes do Governo do Estado se reuniram com o MST nesta quinta-feira (20). As 1,2 mil famílias que ocupam a área devem permanecer no local até que sejam definidas áreas para novos assentamentos
Publicação
21/08/2015 - 12:30

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O Governo do Estado do Paraná e os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam desde o dia 17 de agosto uma área da Fazenda Figueira, no distrito de Paiquerê, em Londrina, entraram em acordo. Ficou estabelecido que as 1,2 mil famílias vão continuar instaladas na área enquanto o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Sociedade Rural do Paraná, o governo estadual e os demais envolvidos trabalham para buscar uma nova área na região para a criação de novos assentamentos.
O acordo foi firmado na tarde desta quinta-feira (20), em reunião entre o secretário especial para Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, a chefe do Escritório Regional da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recurso Hídricos, Roberta Queiroz, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, e representantes do MST, do Incra e da Sociedade Rural de Paraná.
De acordo com Serighelli, a conversa foi pacífica e as famílias continuam no local. “Ficou acordado que o grupo vai se manter na fazenda enquanto o Incra cadastra essas pessoas e avalia a cadeia dominial, os documentos e a produtividade da área”, explica o secretário. Ele acrescenta que a sociedade rural e todas as entidades envolvidas trabalham para encontrar um novo local na região para assentar as famílias. O grupo se reunirá novamente no prazo de 15 dias para fazer uma reavaliação da situação.
A Fazenda Figueira é propriedade da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), da Universidade de São Paulo (USP), e funciona como um centro de estudos e pesquisas. Mesmo com a ocupação de uma parte da área pelo MST, as atividades da fundação se mantêm normalmente.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO – A Fazenda Figueira possui 3,7 mil hectares e quase metade desta área contém remanescentes da mata nativa. O mapa da propriedade revela que 47% do local faz parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com grande biodiversidade e florestas de peroba.
De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ricardo José Soavinski, a ocupação, mesmo pacífica, gera preocupação. “Qualquer tipo de ameaça às florestas traz preocupação, mas depois do diálogo pacífico e do acordo com os ocupantes estamos tranquilos”, explica o secretário.
Soavinski informou que os ocupantes do local não estão nas áreas de preservação. Na reunião desta quinta-feira foi explicado aos integrantes do MST qual é o valor ambiental da área para que todos estejam cientes da importância da reserva.
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