Universidades estaduais do Paraná contam com núcleo de proteção à mulheres vítimas de violência
30/01/2018
O Numape, Núcleo Maria da Penha, está hoje presente nas sete universidades estaduais do Paraná. O serviço de atendimento às mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica já era prestado nas universidades de Londrina, a primeira a instalar o espaço, em 2013, e na de Maringá e do Oeste do Paraná. No último dia seis de janeiro, tiveram início os atendimentos, também, nas universidades do Centro-Oeste, de Ponta Grossa, do Norte do Paraná e na Estadual do Paraná. O Numape presta atendimento jurídico, psicológico, psicopedagógico e social às mulheres. As equipes fazem, também, um trabalho socioeducativo, com campanhas e palestras, além da sensibilização do agressor. Segundo a assessora de Projetos Estratégicos da Secretaria da Ciência, tecnologia e Ensino Superior, Sandra Ferreira, desde 2013, os três primeiros núcleos já atenderam mais de quatro mil e 500 pessoas.// SONORA SANDRA FERREIRA.// O Governo do Estado investiu dois milhões e 500 mil reais para expandir e manter o atendimento em todas as instituições de ensino superior. O edital do Governo do Estado, publicado no final do ano passado, foi destinado para a contratação de profissionais das áreas do Direito, Psicologia, Serviço Social e Pedagogia e para a manutenção dos espaços. Podem procurar o Núcleo Maria da Penha as mulheres que já tenham registrado Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher e que não possuam condições econômicas para contratar um advogado ou psicólogo. A Lei classifica os tipos de abuso contra a mulher nas categorias violência patrimonial, sexual, física, moral e psicológica. A coordenadora do Numape da UEL, Claudete Canezin, afirma que o núcleo busca dar uma nova perspectiva de vida às mulheres vítimas de violência doméstica, por meio de orientações.// SONORA CLAUDETE CANEZIN.// Segundo Claudete, as mulheres chegam muito fragilizadas, sem conhecimento dos direitos. Foi o caso da dona de casa de 53 anos, de Londrina, que prefere não se identificar. Durante trinta e cinco anos ela, que é deficiente visual, sofreu violência verbal e psicológica por parte do ex-cônjuge.// SONORA VÍTIMA.// Em 2013, segundo o Mapa da Violência divulgado em 2015, morreram 13 mulheres por dia, vítimas de assassinato em função de gênero, o feminicídio. Cerca de 30% foram mortas por parceiro ou ex-parceiros. O assassinato de mulheres negras aumentou 54% enquanto o de brancas diminuiu 9,8%. Com as ações intersetoriais, o Paraná vem conseguindo reduzir a violência contra a mulher. O mais recente Mapa da Violência, publicado em 2015, mostra que o Paraná deixou a 3ª e passou a ocupar a 19ª posição no ranking da violência. (Repórter: Leo Gomes)