Secretaria da Saúde alerta para prevenção de acidentes com mergulho em águas rasas, no litoral paranaense.
02/01/2018
Com a chegada do verão é frequente a busca por praias, rios, lagos e cachoeiras. Entretanto, muitos veranistas desconhecem que ali pode estar guardado um grande perigo. Nem sempre as águas são profundas o suficiente para um mergulho. A Secretaria da Saúde alerta para que a população, especialmente os banhistas que estão no Litoral, tomem cuidado com locais de águas rasas a fim de evitar acidentes. No Paraná, em 2016 foram registradas quatro internações derivadas de acidentes por pulo ou mergulho. Em 2017, mesmo com dados preliminares, este número dobrou, chegando aos oito casos registrados. A médica especialista em afogamentos, Lúcia Eneida Rodrigues, que atua no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, explica que o grande problema é que a população não enxerga a gravidade do perigo que um mergulho em águas rasas pode causar. // SONORA DR LUCIA ENEIDA RODRIGUES // Em seus 22 anos de profissão no litoral paranaense, Lúcia afirma que um dos segredos para contornar a situação envolvendo a prática do mergulho, é o conhecimento do local com antecedência. A médica orienta a população a respeito de como aproveitar o verão da forma mais segura possível. // SONORA DR LUCIA ENEIDA RODRIGUES // Logo após o Réveillon de 2006, Renan Aparecido de Oliveira decidiu repetir um hábito de todos os anos. Morador de Praia de Leste, foi com seu irmão, Rodrigo Henrique de Oliveira, à praia pular as sete ondas para celebrar o ano novo que estava por vir. Renan, que recém havia completado 19 anos, conhecia o local como a palma de sua mão, pois havia crescido nas praias do Litoral. Entrou no mar e quando pulou a primeira onda, desapareceu, como contou Rodrigo. Acredita-se que quando pulou a onda, desequilibrou e bateu com a cabeça na areia. Foram dois anos de tratamento. Neste período, as idas e vindas ao hospital pioraram seu estado, fazendo com que desenvolvesse uma úlcera por pressão e fosse obrigado a usar bolsa de colostomia. Estas complicações fizeram com que pouco tempo depois, Renan viesse a falecer. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, o risco de lesões por mergulhos em águas rasas no Brasil é de 0,3 para cada 100 mil habitantes. Em 67% dos casos estas lesões resultam na morte do acidentado antes mesmo que ele possa chegar a um hospital. (Repórter: Vinícius Scorsin)