Saúde investiga surto de águas vivas no Litoral
24/01/2012
A Secretaria de Estado da Saúde está investigando o surto de acidentes com águas-vivas que está ocorrendo no Litoral do Paraná neste verão. Uma equipe do Departamento de Vigilância em Saúde começou a coletar amostras dos animais para análise, identificação e determinação do nível de gravidade dos acidentes. O trabalho conta com o apoio das secretarias municipais de saúde do Litoral e também do Corpo de Bombeiros, que até esta terça-feira, registrou 6.150 casos de acidentes com águas-vivas. Por conta disso, no domingo, os Bombeiros impediram a realização de uma prova de natação e interditaram um trecho da praia central, em Guaratuba. O tenente-coronel Edemilson Barros, do Corpo de Bombeiros, explicou que a interdição é uma medida extrema, que os guarda-vidas podem adotar excepcionalmente, quando o número de casos de acidentes com águas vivas é muito grande em um local específico.// SONORA EDEMILSON BARROS// De acordo com a médica Lenora Rodrigo, que está avaliando pacientes atendidos nos hospitais, os registros mostram que a grande maioria dos casos verificados até o momento são de lesões leves. Ainda segundo a médica, em geral, apenas pessoas mais sensíveis, ou alérgicas, crianças e idosos podem ter reações mais graves de pele, chegando a provocar quadros como náuseas, vômitos, tremores, tosse e dores musculares. O biólogo Emanuel Marques, que acompanha o trabalho de coleta de águas vivas no Litoral, disse que está em contato com especialistas da Universidade Estadual Paulista e do Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná, a fim de identificar as espécies de animais que estão ocorrendo em maior número no litoral paranaense, verificar a gravidade dos casos, e traçar uma estratégia de ação. Ele falou sobre as espécies identificadas até o momento.// SONORA EMANUEL MARQUES// De acordo com Emanuel Marques, por enquanto não é possível afirmar qual é o motivo da presença de um volume tão inesperado desses animais na região. Ele explicou que há registros de casos semelhantes desse fenômeno em outras partes do mundo, como no Japão, no golfo do México e no Mar Mediterrâneo. Correntes marinhas, ventos, desequilíbrio ambiental e fenônemos como o La Niña, entre outros, podem estar entre estes fatores. (Repórter: Maria Eduarda Buchi)