Paraná tem 230 alunos indígenas nas universidades estaduais
18/04/2018
No Paraná, existem bons motivos para comemorar o Dia do Índio, neste 19 de abril. O Governo do Estado alcançou a marca de 230 alunos indígenas matriculados nas sete universidades estaduais. Os alunos estão distribuídos em 28 cursos de graduação, e pertencem a cinco etnias diferentes: Kaingang, Guarani, Xetá, Fulni-ô e Terena. Entre os cursos mais procurados estão Pedagogia, Letras e Medicina. Na próxima edição do vestibular indígena, serão mais 52 vagas, sendo seis para cada universidade estadual e dez vagas na Universidade Federal do Paraná. Os números reforçam o perfil pioneiro do Paraná nas políticas de inclusão social. No ano de 2002, a primeira edição do Vestibular Indígena contou com 54 candidatos para 15 vagas. No ano passado, foram cerca de 700 inscritos para 42 vagas. De acordo com o professor do departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina e membro da CUIA, a Comissão da Universidade para Índios, Wagner Amaral, esta população está assumindo o protagonismo em diversas áreas, como educação, saúde e gestão. Ele destaca que presença indígena no meio acadêmico representa uma grande oportunidade para toda a sociedade brasileira. // SONORA WAGNER AMARAL //
A primeira índigena da etnia Avá-guarani a se formar em Letras Português e Espanhol concluiu o curso no mês passado. Maria Lucia superou as dificuldades de deslocamento e finalizou o curso no câmpus de Foz do Iguaçu da Unioeste. Ela está com 40 anos, já pretende fazer uma pós-graduação, e é um exemplo de que o contato entre as culturas pode render grandes histórias. Ela é professora de guarani, e, segundo ela, o curso abriu portas que permitirão ajudar a própria aldeia. A cada ano, uma universidade pública do estado fica responsável pela organização do Vestibular dos Povos Indígenas. Em 2018, a instituição organizadora é a UEPG, de Ponta Grossa. As provas estão previstas para o mês de outubro no município de Faxinal do Céu, na região centro-sul paranaense. O vestibular está dividido em duas etapas. A primeira delas, programada para o dia 21 de outubro, será reservada para a prova oral, quando o aluno é entrevistado por uma banca formada por dois profissionais voltados ao trabalho com a temática indígena e à diversidade étnica. No dia 22 de outubro será a vez da prova de redação e conhecimentos gerais. As inscrições vão ser realizadas durante todo o mês de agosto. (Repórter: Rodrigo Arend)