IAP e UFPR monitoram a presença de javalis no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa

30/12/2017
Uma parceira entre o IAP, Instituto Ambiental do Paraná, e o Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, Universidade Federal do Paraná, monitora a presença de javalis com câmeras de movimento no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. De acordo com Guilherme Vasconcellos, diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, por se tratar de uma espécie invasora, que pode causar danos a espécies nativas do parque e da região. O trabalho que está sendo feito é para identificar os possíveis impactos no Parque.// SONORA GUILHERME VASCONCELLOS.// Além de identificar os danos na fauna e flora local, o grupo de pesquisa também pretende avaliar as doenças que os javalis podem transmitir para a fauna nativa e doméstica, bem como zoonoses para as pessoas. Para isso, os pesquisadores se deslocam com GPS dentro do parque para georreferenciar os dados da busca visual, complementada por fotocaptura com armadilhas fotográficas associadas à colocação de alimentos para atrair os animais. O diretor explica que cada uma das armadilhas fotográficas possui um dispositivo contendo uma câmera fotográfica acoplada a um temporizador e ao sensor, que detecta calor e movimento disparando automaticamente quando houver a presença de animais.// SONORA GUILHERME VASCONCELLOS.// Além dos javalis, as câmeras já captaram imagens de famílias de catetos com filhotes, um veado e uma onça-parda. Em algumas imagens, foi possível observar morcegos hematófagos, que são transmissores da raiva, nas costas de alguns javalis. Segundo o professor Alexander Biondo, médico veterinário e coordenador da equipe da UFPR, já há registros de catetos, que são espécies nativas, em plantações de grãos nas áreas próximas ao parque. Para ele, o maior impacto se dá por ser uma espécie predatória.// SONORA ALEXANDER BIONDO.// Outro impacto observado pela inspeção visual dos pesquisadores é o hábito de escavação do solo por parte dos invasores, o que pode provocar uma diminuição da cobertura vegetal, da diversidade e regeneração natural da flora, ainda o desequilíbrio de compostos como fósforo, nitrogênio e magnésio, alterando a estrutura e composição do solo. Os javalis são considerados pelo Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, uma espécie exótica invasora em todas as formas, pois altera o ecossistema original e a biodiversidade nativa. Eles estão presentes em 46 unidades de conservação nacionais e estaduais. (Repórter: Leo Gomes)