Hidrelétricas usam água de reservatórios para amenizar efeito da seca nos rios

11/04/2012
A estiagem que há cerca de dois meses atinge os três estados do Sul do País não inspira preocupação em relação ao atendimento ao consumidor de energia, mas já tem reflexos sobre os níveis de armazenamento de água nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas da região. Parcelas dos estoques dos reservatórios estão sendo utilizados para garantir a vazão mínima necessária à manutenção da vida nos rios. De acordo com informações da Copel, a tranqüilidade em relação à geração de energia decorre da interligação do sistema elétrico brasileiro, que permite transportar, por grandes distâncias, blocos de energia gerada em outras regiões. Mas, nos reservatórios, os efeitos da seca já são perceptíveis. A vazão nas Cataratas do Iguaçu, onde os reflexos da estiagem são mais evidentes, vem sendo mantida praticamente apenas com os escoamentos liberados pela Usina José Richa, ou Salto Caxias. Diante da incerteza do retorno das chuvas, a geração de energia na hidrelétrica foi reduzida durante os dias do feriado de Páscoa pelo Operador Nacional do Sistema, com o objetivo de prolongar o uso da água ainda disponível no reservatório e evitar que o rio seque. A mesma preocupação guia a operação das demais usinas, que no conjunto apresentam preenchimento médio de 35% da capacidade de armazenamento. Segundo Jaime de Oliveira Kuhn, diretor de geração e transmissão de energia da Copel, durante os períodos de seca, os reservatórios das hidrelétricas atuam liberando parcelas dos estoques, mantendo vazões mínimas necessárias à manutenção da vida no rio. Durante o final de semana da Páscoa, a vazão nas Cataratas do Iguaçu atingiu um mínimo de 350 mil litros de água por segundo, o menor volume de água medido neste ano nas quedas, refletindo a redução nos níveis de geração na usina de Salto Caxias. ( Repórter: Juliane Silva)