Estiagem provoca prejuízos na segunda safra de grãos no Paraná

24/05/2018
O período de mais de 40 dias sem chuvas entre os meses de abril e maio afetou o desenvolvimento da segunda safra de grãos plantada no Paraná e atrasou o plantio de trigo e outros cereais de inverno. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento já contabiliza prejuízos de aproximadamente 1 bilhão e 300 milhões de reais com perdas de milho e feijão da segunda safra 2018.
A estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgada nesta quinta-feira, é de uma produção de 36 milhões e oitocentas mil de toneladas, 12% menor que a anterior.
Francisco Simioni, diretor geral do Deral, afirmou que, infelizmente, o clima não está favorável ao desenvolvimento da segunda safra de grãos no Estado. O economista do Deral, Marcelo Garrido, explica como esta situação afeta a agricultura paranaense. /SONORA MARCELO GARRIDO/
Marcelo Garrido conta que as chuvas das últimas semanas não foram suficientes para normalizar a situação em todo o Paraná. /SONORA MARCELO GARRIDO/
Em relação ao milho, o Deral estima uma colheita de 10 milhões de toneladas da segunda safra. As perdas estão concentradas nas regiões Oeste e Norte do Estado, que ficaram mais de 40 dias sem chuvas. O período de desenvolvimento das lavouras é considerado crítico, porque está sujeito a outros riscos, como uma geada, que podem afetar os plantios mais tardios da segunda safra. Esse cenário, contudo, não impactou tanto a comercialização do milho, que está sendo vendido, em média, entre 32 e 34 reais a saca, cotação próxima a do mercado internacional.
Já o feijão, a perda estimada é de 20% na produção em relação ao potencial produtivo. A previsão é que 75 mil toneladas já foram perdidas no estado. O prejuízo foi avaliado em 142 milhões de reais. Mesmo assim, ainda não há reflexos significativos no mercado. O engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador acredita que o consumo de feijão está retraído e tem oferta nos estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, que podem suprir o mercado paranaense.
A situação da soja é mais tranquila, como explica o economista Marcelo Garrido. /SONORA MARCELO GARRIDO/
Já o trigo está com 52% da área prevista plantada. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral, as condições de plantio ainda não são ideais, mas avançaram com a prorrogação do prazo do plantio por 20 dias em razão da seca. Por enquanto, a estimativa de produção permanece em 3 milhões e trezentas mil toneladas, volume 48% acima do que foi colhido no ano passado. Atualmente, não há trigo nacional no mercado, mas a cotação do grão foi a 44 reais a saca, valor que já remunera o custo variável de produção. (Repórter: Filipe Andretta)