Campanha alerta sobre violências contra mulheres na adolescência

11/01/2018
As mulheres e meninas são as principais vítimas de violências domésticas, sexuais e outras violências. Conforme dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, elas representam 66% do total de vítimas. Entre as pessoas de 15 a 19 anos, as meninas representavam 62% das vítimas de violências notificadas entre 2010 e 2015. No Paraná, em 2015, a taxa de gravidez na adolescência era mais que o dobro da taxa de países europeus. Diante desse panorama e por conta do alcance da internet e redes sociais, a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social lançou nesta quinta-feira a campanha “Você Pode Mais – Falando com o Jovem”. A ação educativa busca impactar principalmente o público adolescente com um filme exclusivo para veiculação nas redes sociais. O superintendente de Garantias de Direitos da Secretaria da Família, Leandro Meller, afirma que a campanha é resultado de levantamento de dados que mostrou que pessoas nessa faixa etária costumam ser mais suscetíveis à violência.// SONORA LEANDRO MELLER.// Quatro youtubers convidadas participaram de uma experiência angustiante no formato “escape game”. A missão era ajudar uma amiga a escapar da violência, em apenas uma hora. No roteiro, foram incluídas situações como envio de fotos privadas por aplicativo de mensagem, gravidez e casamento precoce. A ideia da atividade foi criar a tensão parecida com as vivenciadas por meninas expostas a violências e estimular a sororidade, que é a união e empatia entre mulheres. Esta ação dá sequência à campanha lançada em novembro do ano passado “Você Pode Mais” que alerta sobre as violências “invisíveis” contra a mulher que muitas vezes são socialmente aceitas. Ana Claudia Machado, coordenadora da Política da Mulher, da Secretaria da Família, explica que a ideia da atividade é conscientizar a população para o fim da violência contra a mulher.// SONORA ANA CLAUDIA MACHADO.// No Brasil, a cada 100 mulheres de 15 a 19 anos, seis sofrem violência sexual, de acordo com o relatório divulgado pelo Global Report no ano passado. O IBGE ressalta a taxa de fecundidade nessa faixa etária, por envolver adolescentes. No Paraná, a taxa é de 52,6 filhos por mil mulheres, menor que o índice brasileiro, mas superior aos 25 registrados na Europa e América do Norte. Casamentos precoces e a diferença de números entre gêneros também preocupam. O vídeo da campanha será veiculado até 28 de fevereiro em redes sociais e tem como alvo adolescentes e jovens de 14 a 21 anos. (Repórter: Gustavo Vaz)